28 de junho de 2012

Vamos lá Portugal!

Também na seleção nacional de futebol percecionámos uma característica fundamental do povo português:

Quando as coisas estão fáceis e "ainda" é possível passar a fase de qualificação, esforçamo-nos apenas o mínimo indispensável. Aconteceu tanto com Carlos Queirós como com Paulo Bento.

Mas quando as coisas se tornam sérias e é mesmo a valer, os jogadores esforçam-se com tal abnegação e sacrífício que é de ficar espantado com o antes e o depois.

À parte do talento natural de alguns jogadores, o esforço coletivo que foi realizado está só ao nível das melhores seleções do mundo, ou talvez mesmo da melhor seleção do mundo. Ontem, Portugal foi essa seleção.

Acreditamos piamente que em caso de verdadeira austeridade (corte de 20-25 mil milhões na despesa), os portugueses e as portuguesas saberiam adaptar-se com relativa naturalidade e sem grandes complicações, fruto deste espírito de missão e coesão comunitária.

Mas para que isso aconteça é preciso um selecionador, um timoneiro que envolva e cative a população, que a faça sentir-se portuguesa de corpo e alma e que lhes peça para correr muito.

Não vamos lá com estas ideias da esquerda, que está permanentemente a pedir ao governo que ajude, ajude, ajude os desempregados, os empregados, os patrões, as mães, os jovens, os avós, como se fossemos todos uma cambada de inaptos.

Mas também não vamos lá com as de direita, que dissimula e mente para salvar o dia, aplicando austeridade às mijinhas, apesar de acreditarem nela, o que já é muito bom.

Nem uns nem outros são os líderes que o povo está neste momento a precisar.

O povo precisa de se sentir patriota e de ter muita liberdade para se mexer e decidir o que é melhor para si.

Tiago Mestre

10 comentários:

Anónimo disse...

Boas Tiago,

Continuo a pensar que estamos melhores sózinhos. "Melhor sózinhos que mal acompanhados". Ou então, porque não, formular uma parceria com Espanha, desta forma poderiamos atacar esta crise com outras "armas". Para isso teriamos, não só nós mas como a Espanha, sair do Euro. Sei que esta proposta para a Espanha será, para eles ,nesta altura descabida, totalmente desfazada da realidade, dirão eles, mas com o tempo chegará também a inevitável conclusão de que realmente este euro não tem salvação e aí será tarde de mais, "as usual". Será esta ideia ou proposta fruto da minha mente que anseia por um fim "feliz"? que não seja tão penalizadora para todos? Desde que me conheço que "vivo em crise"! E já faço parte daqueles que se ficar desempregado já não terá muitas mais oportunidades de arranjar um outro trabalho. Repare que já falo de trabalho e não emprego. E não é que não queira ser empreendedor, pois ideias não me faltam, o que me falta é mesmo dinheiro.

Um abraço e Viva Portugal!

O "anónimo"

Jorge disse...

O que te falta, é liberdade...

Pois mesmo com pouco é possível.

Não é possível, é se te vierem cobrar iva, especial por conta e irs que ainda não ganhas-te, segurança social para nada, taxas e emolumentos de registo e autorizações da treta e por fim regras e regulamentos estúpidos.

Isto para começar.
Os portugueses e espanhóis só juntos???? os últimos 900 anos dizem-te alguma coisa?.
Precisamos é dos nossos países Brasil, África e China (Macau 500 anos de parceria com a China).

Deixem a Europa lá com eles e vamos mas é tratar da Nossa vidinha

vazelios disse...

Nem mais Tiago.

E esse líder deveria ser o presidente da republica, mas no nosso caso ele não tem perfil para ser o capitão, o seleccionador.

O presidente deveria explicar a situação do país com um discurso coerente, incisivo, letal até. Poderia assustar, porque o caso não é para menos. Mas deixar-se de facebooks e falinhas mansas quando vem à imprensa. Antes dele falar já eu sei o que ele vai dizer.

Das poucas pessoas que vejo com esse perfil, uma delas é (uma vez mais) o nosso Medina.

O nosso seleccionador não devia dar um rumo, porque isso cabe ao governo, mas devia explicar como chegámos aqui e quais são os problemas da sociedade. Mas sem hipocrisias, porque as pensões douradas também são um grande problema. Um discurso credível, a abdicar também do seu conforto e dos amigos. Com o tempo os Portugueses perceberiam que temos de mudar de vida.

Anónimo disse...

Jorge,

Na minha humilde (será que leva "h" com o novo acordo?!!) opinião, a historia somos Nós que a fazemos! Já tivemos "meio mundo" nas nossas mãos, e já na altura cedemos aos desejos mesquinhos de gente sem escrupulos e a historia diz-nos que a manipulação, extorsão e roubalheira que se verificou nesses tempos não foi para bem da nação mas para o bem de alguns. Escravizamos povos com o falso pretexto da "cristianização". A Espanha fez o mesmo ou não? Mas os tempos mudaram. "Mudam-se os tempos mudam-se as vontades". Espanha pode ser o nosso aliado, não só pelo peso que tem na Europa, mas pela sua localização geográfica e pelo que alcançou nos ultimos 30 anos! Cometeu erros, claro que sim, mas nós fomos ainda piores!

Mas para ser sincero o que mais me assuta é perder a minha identidade (liberdade). Queria que o Jorge me dissesse em quê que a historia vai ajudar, quando a minha filha que agora tem 3 anos, vai fazer quando ela for uma jovem adulta e tiver que pagar aquilo que estes fdp legaram. Um Portugal relegado a país de segunda, sem autonomia e dobrada aos poderes económicos e lobbyistas. Não quero esta Europa onde as diferenças se acentuam e os mais fracos é que pagam! Acenaram-nos com dinheiro e nós portamo-nos como prostitutas. O dinheiro foi a droga da altura. Disseram que nos ia fazer bem, sentirmo-nos bem, que fez sem dúvida, mas agora é cara e não podemos adquiri-la e estamos a ressacar. Tornamos dinheirodependentes. Os mercados são dealers e nós os junkies.

O "anónimo"

vazelios disse...

Tiago desculpa introduzir outro assunto aqui mas...

Começam a haver cada vez mais respostas dos mesmos artistas de sempre, se calhar fartos de tanta resistência em adoptar politicas americanas:

http://www.manifestoforeconomicsense.org/

Gostava que comentassem cada argumento que eles usam. Uns mais obvios que outros.

A meu ver as principais falhas são:

- Cada vez que usam um argumento a pedir mais intervenção do estado, ou aumento da procura/consumo, não referem os efeitos adversos que isso pode trazer e que certamente, como as economias estão, irão trazer. Mais, não referem como é que essa intervenção dos estados ou aumento do consumo é feita. Todos nós sabemos, mas um simples leitor acha uma maravilha este plano mas simplesmente não deve lá chegar.

- Refere a bolha imoiliária como a causa da crise, e o sobreendividamento dos países como a consequência dessa crise. Não refere uma única vez a causa da crise imobiliária e como ela está de mãos dadas com o proprio sobreendividamento das familias/empresas/países. Não houvesse tanta procura, consumo e endividamento desenfreado que de certeza que não tinhamos tido bolhas imobiliárias deste calibre. Lá está, as bolhas a funcionarem como Huerta de Soto explica no seu artigo, e o vivendi resumiu numa frase muito bem conseguida "...keynesianismo salta de bolha em bolha..."

- Sugere a intervenção do estado para compensar a quebra do consumo privado, mas não refere como, mais uma vez. E o simples leitor acha que há dinheiro para isso.

- Fala de que começámos a resolver bem a crise (deve-se estar a referir ao resgate dos bancos americanos) e não percebeu que só não veio resolver, como veio a piorar. Vê-se isso nos gráficos de divida Americana, só ainda não o sentiram.

- Refere que as economias com bancos centrais estão todas muito boas. A melhor deve ser a Suiça, mas até essa já treme de tanta trama à sua volta. Deve estar a referir-se aos EUA, mas mais uma vez, eles ainda não viram nada.

- Refere o Japão como um optimo exemplo de que como países muito endividados (até dá o rácio - 200% - para enfatizar a sua opinião para ser mais credível) podem ter bons desempenhos economicos. Um simples leitor concordará, esqueceu-se foi de avisar que grande parte dessa divida está nos proprios Japoneses, portanto mais "sustentavel", e que o Japão não cresce a níveis decentes há quantos anos? 20?

Enfim...

Comentem!

Abraço

Vivendi disse...

Vazelios,

Eu sugiro a visualização do vídeo que acabei de publicar. O sonho americano que pode ser estendido a toda civilização ocidental.

Anónimo disse...

Patuá há muito. Lol
Ouro do Brasil que é dele?!!!
Eu se fosse como a maioria dos que defendem a mudança de alguma coisa, gostava era de ter um empreguinho numa empresa do regime... E que já agora mudasse tudo para que o entulho fique como stá. As mudanças são feitas quando a economia carbura bem. Não foi esse o caso nos particulares últimos 12 anos, de dinheiro a rodos, que nem se sabia onde se aplicar. Fabriquem dinheiro diz agora um dos pais fundadores deste último regime em que procedemos.

Tiago Mestre disse...

Vazelios, o tal manifesto for economic sense é mais do mesmo. Temos que respeitar, mesmo discordando.

Quem é que não gosta de ter uma impressora para imprimir quando lhe dá jeito? Toda a gente.
Mas os cidadãos mais prudentes questionam: E que consequências trará esta opção?
E a partir daí começam a descobrir toda a imoralidade e efeitos nefastos associados.

Gastar dinheiro recorrendo à impressão significa salvar o já, adiando a dor para algures no futuro. É a opção mais tentadora e por isso a mais desejada pelos seres humanos.
Sugiro a todos os leitores do Contas que ouçam esta entrevista
http://www.youtube.com/watch?v=bNRgnZjtzOw
do Chris Martenson a Dan Ariely, e perceberão que o normal é imprimir, e o (a)normal é não imprimir. Só os prudentes é que optam pela segunda, resistindo à tentação.

Também concordo que o timoneiro deverá ser o Presidente da República. É o lugar ideal com os poderes adequados..

Vivendi disse...

Vazelios,

Ficção? Tem de conhecer mais gente próxima ao poder e ver tudo aquilo que eles são capazes para manter e perpetuarem-se no poder. Se em Portugal temos essa manipulação porque no resto do mundo será diferente? E a maior ferramenta de ação dessa maltinha é o acesso à impressora de dinheiro.

No caso concreto do Rothschilds está tudo bem enquadrado na história. Contra fatos não há argumentos (mas admito que possa haver um ou outro exagero).

E não se estranhe que num futuro próximo a livre publicação on-line possa vir a ser censurada.

Outras histórias curiosas por aí na net dizem respeito ao Obama, um paraquedista sem passado conhecido e recheado de falsificações. Nós por cá com o Sócrates já vimos que tudo é possível e imagine ainda o que ainda ficou por esclarecer e até descobrir. Sei de histórias escabrosas que nunca apareceram na comunicação social.

Filipe Silva disse...

Não li o manifesto não tenho paciencia para como diz o Tiago mais do mesmo.

Mas existe muitas falacias, no argumento dos keynesianos, desde o mito urbano da resolução da crise de 1929, passando pela crise de 2007, que foi motivada pela desregulação após o choque petroliferos.

A crise é criada pela teoria dos ciclos económicos, como mencionaste e muito bem, o que diz o Vivendi, de Bolha em bolha até a bolha final.

O interessante é que cada vez mais as bolhas são piores.

O sistema tem de ser reformado,o interessante é que estes são contra a proposta dos austriacos de reserva de 100%, como explica Huerta de Soto, os ciclos ficavam resolvidos.

Bem são por economia com senso, mas apostam no que já demonstrou ter falhado, o socialismo.
Querem acabar com o capitalismo.

Quero ver se consigo estudar a teoria do capital que o Huerta de Soto fala, dado que isso não é leccionado nas universidades, ai todos somos ensinados o neo classico nada mais.

o caminho é o retorno ao capitalismo que nos deu esta qualidade de vida.
Poupança, Investimento, consumo

sem este trajecto dá a bela merda que deu...