26 de junho de 2012

Ok, é preciso cortar Despesa, mas aonde?

Caros leitores e leitoras, abaixo exemplificamos as várias despesas do Estado contempladas no Orçamento de Estado para 2012, obtido no sitio da DGO:

Encargos Gerais do Estado                      2 831 milhões
Presidência do Concelho Ministros           275 milhões
Negócios Estrangeiros                             315 milhões
Defesa                                                     2 051 milhões
Administração Interna                              1 903 milhões
Justiça                                                     1 185 milhões
Economia e Emprego                               238 milhões
Agricultura, Mar Ambiente Territ.             594 milhões
Saúde                                                      7 632 milhões
Educação e Ciência                                  6 889 milhões
Juros                                                        8 500 milhões
Transferência para Autarquias                   2 293 milhões
Transferência para Freguesias                   184 milhões
Transferência para Reg. Autónomas          573 milhões
Segurança Social                                      37 093 milhões

Faltam as despesas do ministério das Finanças por não estarem discriminadas, mas não é relevante.

O Estado tem gerado défices que rondam os 10 000 milhões de euros ao ano

Para reduzir o défice a ZERO é preciso cortar 10 000 milhões no imediato na despesa já que o aumento de impostos saturou. E como a economia irá ressentir-se, a tal "espiral recessiva", será necessário continuar a reduzir despesa em mais 10 a 15 mil milhões no futuro bem próximo.

PERGUNTA:
De todas as rúbricas do Estado que acima referimos, em quais teremos cortar mais e menos para que o Estado reduza entre 20 a 25 mil milhões a sua despesa no curto-médio prazo?

É importante que cada um responda para si próprio e "sinta" as dificuldades que imporia às populações caso fosse Ministro das Finanças.

Tiago Mestre

13 comentários:

O Aprendiz disse...

É difícil, sendo assim teria de se cortar em áreas como saúde, educação, defesa e segurança social.
Tem de se fazer uma reforma nas áreas que referi, sem destruir o essencial desses serviços mas que se tornem mais eficientes.

E a SS uma reforma a sério, já que fizeram 1001 estudos mas parece que nunca os põem em pratica, pois tem medo de perder eleições só por isso.

E com certeza diminuir os encargos gerais do estado que é uma barbaridade o que gastam.

Nem falo nas outras rubricas porque são valores que mesmo reduzidos iria dar umas migalhas para os 10 000 milhões, que é o pedido aqui.

Agora fora do tema, gostava muito que fizessem um post sobre a Estónia, que gostava de saber mais sobre o que fizeram lá e o que vocês acham também sobre isso.
Sendo que lá fizeram austeridade, enquanto que cá estamos nós a fazer, ou a tentar fazer.

E lá parece que resultou muito bem. E espero que continuem a escrever muitos posts, que é com grande prazer que vos visito :)

Vivendi disse...

eu cortaria na:

- defesa (reduzir efetivos / fechar quartéis / vender equipamento militar)
- educação e ciência (reduzir a oferta nas universidades)
- segurança social (estabelecer limite máximo de pensões / acabar com a ADSE)
- PPPs
- justiça (fechar tribunais - informatizar o sistema judicial)
- juros (após o cumprimento das reformas da troika pedir a reestruturação da dívida)
- redução de 100 mil funcionários públicos ou conversão de salários equivalente a essa redução por todos (aqui fazia um referendo ao pessoal da função pública)

- no restante fazer também cortes e ajustes

Filipe Silva disse...

Situação complexa, dado a grande maioria das pessoas foi formatada a pensar que o Estado é imprescindível.

Mas explicaria À população a realidade económica do país, da falência do modelo pós 25abril.

E apresentaria uma proposta à população de adopção de uma economia livre(um modelo baseado na escola Austríaca)

Tornaria o Ensino privado, sem regulação qualquer a nível estatal, os programas seriam ditados pelas escolas, o mercado de trabalho iria depois dizer quais os mais indicados.

Todo o ensino universitário seria privatizado

aumentaria o orçamento da defesa e da administração interna, dado que iria existir uma comoção muito grande, os comunistas e socialistas iriam fazer uma guerra.

Todos os gastos com politicos seriam reduzidos em 75%

Economia Agricultura e companhia era tudo extinto.

Cortaria pensões, nao se pagariam mais de 3000€, todo subsidio dado pela SS seria extinto, menos as pensões.

justiça, tornaria as leis mais simples, e reduziria a necessidade de tribunais.


o objectivo seria tornar o estado o minimo dos minimos, segurança defesa justiça e mais nada.

Mas é impossível

Jorge disse...

Se fosse comigo,

Orçamento zero para começar.

Sobretudo, COMBATER COM A CORRUPÇÃO
Cortar onde se puder a partir do mesmo orçamento.

A partir daqui concordo com a receita do Vivendi.

Em relação à S. S. iria mais longe nas reformas impondo como tecto máximo 4 salários mínimos e continuaria com o seguro de desemprego nos moldes em que estão agora e apoios à natalidade. O resto cortava.ACABAVA COM TRANSFERÊNCIAS EMPACOTADAS PARA O ESTADO, e obrigava o mesmo a pagar tudo o que deve a esta Não acredito na privatização da saúde e da educação só por si, isto porque em Portugal apesar de tudo existe um equilíbrio (precário) entre custos e benefícios.Obrigava a que fossem controlados por comissões municipais onde só poderiam estar pessoas eleitas para esse efeito, um pouco como nos estados unidos, e em alguns países do Norte. Apesar de tudo se toda a gente partilhar responsabilidades e custos podemos beneficiar com isto. Até porque bem gerida proporcionava economia de escala

Jorge disse...

Em relação à estónia, basta olhar para nós!

Estamos exactamente com a mesma receita e a obter resultados muito similares.

http://www.newstatesman.com/blogs/the-staggers/2011/11/recent-economic-estonia-give (em inglês).
um dos comentários que se destaca:

"On the surface Estonia does seem to be one of the best performing countries in the whole EU. It announced the biggest budget surplus since the country was separated from USSR and as they say Estonia has moved into the second stage of the crisis where the exports are starting to pick up and employment rise. However some issues have not been addressed and generally neglected. The increases of the GDP and employment are so high , due to the fact that the base levels from which it is measured are so low. As the people cut their spending drastically in the 2007-2009 then some spending must be done anyway and cannot be postponed infinitely. The emigration from the country in the last few years (since 2007) has risen exponentially, which accounts for the reduction in the unemployment. I know the official data shows that only a small proportion f the people have gone abroad, however majority of the people who go abroad do not register with the Ministry of Foreign Affairs, hence the statistics are faulty. The maximum time a person can receive unemployment benefit is 6 months and in order to receive it, the person must come to the Employment Bureau every week and register that he/she is is still unemployed. However as after 6 months it makes no difference then many do not bother to do that as it makes no difference.
Another issue comes out of the first one, but in a different light. As majority of the people who go abroad are young people who do not have families hence ties to tie them down in Estonia, then this in a long run means ageing of the population and reduction of the amount of people who pay taxes. This means that over time the government will have to increase taxes or increase the pension age. A way out of this would be to open up the borders for foreigners, however it is very problematic in Estonia as this can bee seen from the example of Russians. I do understand that Estonians see Russians as occupiers and oppressors and will not see that in other cultures immigrating to Estonia. But if to look around the non/profit organisations (this is how most societies in Estonia are registered) then there will almost not be any cultural societies, even when compared to the size of the foreign population, which is due to the fact that Estonians themselves oppress the foreign nationalities, using reasoning as, we are a small nation and we need to protect ourself. This however produces a national segregation and however a person wants to take it, it does have negative effects on the economy and in most cases in the long run. It will mean in the longer run that the Russian population will emigrate by which further decreasing the population or they will be forced to adopt to the local life in purely Estonian society which is dominated by Estonians. As the rapid change from Russian education (complex subjects taught in Russian) to Estonian education will mean lower results, hence lower employment prospects. Which in itself creates a society that has lower social possibilities and has a high potential of remaining the lower class.

And for the previous comment why they cannot get rid of them? They are trying to attract large foreign companies to invest and decrease unemployment and increase the GDP."

Filipe Silva disse...

O problema de Portugal é o excesso de Estado na Economia.

Único caminho possível é a sua eliminação,
Se o estado não tiver acesso aos impostos, logo não haverá incentivo a existir corrupção.

Corrupção pressupõe existencia de dinheiro ou beneficios atribuidos pelo Estado, elimina-se o Estado, resolve se a corrupção.

As pensões máximas seriam 3000€ um bom rendimento para se ter uma velhice com qualidade.

O Subsidio de desemprego deve ser cortado, ou melhor o Estado deve deixar de dar esse beneficio, deve dar a possibilidade de as pessoas descontarem para esse beneficio em particular (quem quiser estar protegido descontaria para esse efeito, poderiam ser os privados a oferecer a cobertura)

Apoio à natalidade deviam ser todos cortados, como todo e qualquer subsidio a qualquer sector ou agente da economia, porque dar a um implica retirar a outro.
Preferivel baixar impostos e dar liberdade Às pessoas de o que querem fazer e como querem fazer.

Os desiquilibrios que existem são criados pelo Estado, a desigualdade subiu desde o 25abril.

Mas em relação há desigualdade existe muita coisa a dizer, mas o principal culpado é o Estado e quem depois toma o seu controlo, basta ver que os principais grupos economicos tem mais interesse em ter ex politicos nos seus quadros do que ter pessoas capazes.

Não existe mérito na sociedade portuguesa, porque um bom funcionario, que seja unico nunca será despedido.
Só uma economia de mercado livre é capaz de proteger o emprego, principalmente do empregado que dá o máximo pela empresa.

Não podemos continuar a dar beneficios a uns em deterimento de outros, senao vejamos os universitario sao beneficiados face a quem escolhe nao estudar, dado que subsidia o estudo, e depois nao tem qualquer retorno.
Querem estudar paguem do bolso.

O estado ate estudos no estrangeiro paga a portugueses, uma vergonha.

O Estado deve ser reduzido.

DEvemos negociar com a UE nos mantermos na moeda unica, e no mercado unico, mas sem seguir as suas regulamentações e sermos contra a instauração do Estado Europeu, ameaçando com a saida da UE caso haja mais qualquer tipo de integraçao

Não é necessário mais nada para a moeda funcionar, basta que o estado seja desmantelado,

Filipe Silva disse...

E a banca seja obrigada ao principio de reserva de 100%
Divisão da banca comercial e investimento.

Sérgio disse...

Vou propor uma solução à "socialista" mas que poderia resultar com regras que fossem realmente para cumprir.
Verifica-se que o valor de 10 MM (mil milhões) seriam quase todos conseguidos se desaparecessem os juros de 8,5 MM.
Seria feito um verdadeiro resgate em que o BCE ou outro fundo como o ESM ou FEEF ou seja lá o que for adquiriam a dívida pública existente (toda) e não cobravam juros durante alguns anos, supunhamos 5 anos. Durante esse tempo não havia direito a emissão de nova dívida, o orçamento teria de apresentar um défice zero que mesmo assim implicaria cortes embora menos profundos e que não provocavam nenhuma revolução.
Todas as restantes privatizações seriam directamente conduzidas a amortizar a dívida e não para tapar buracos das contas correntes.
Findo o prazo com o país já com as finanças estabilizadas a dívida pública era novamente vendida pelo fundo nos mercados e voltávamos a pagar os juros de mercado. Isto até poderia ser lucrativo para esse fundo pois actualmente a dívida está barata e após o país ter corrigido as contas certamente estaria mais bem cotada.
Os cortes que mesmo assim teriam de ser feitos teriam forçamente de também passar pela S.Social, limite máximo de pensões como já foi sugerido, limitação ou mesmo eliminação de vários apoios (menos da natalidade, pois a natalidade é fundamental para a própria S. Social). Eliminação de boa parte da defesa quartéis etc. Fecho de várias universidades com cursos de menor empregabilidade, já repararam que já vimos muitos hospitais fechar mas ainda nenhuma universidade? Algumas não devem fazer muita falta.
Para esta medida funcionar teria de haver "punho de ferro" para que a regra do défice zero ser mesmo cumprida, caso contrário não valia a pena.
Acho que para isto funcionar teríamos de seguir o conselho da Manuela Ferreira em "suspender" a democracia por uns tempos... infelizmente :(

Jorge disse...

Isso era uma solução, contudo carece de um verdadeiro governo com pessoas sérias e honestas e trabalhadoras.

De certeza que não era necessário suspender nada porque é facial a todos entendermos o que necessita de ser feito.

Quanto à natalidade, com o nível de abandono a que estamos a submeter o pais seja por falta de perspectivas, seja pelo desemprego de jovens a natalidade assume um papel ainda mais importante na nossa economia.

Com o decorrer desta realidade daqui a 10 anos nada do que sofremos agora vai servir para coisa alguma.
Um pais precisa de pessoas, não é só um pedaço de terra...

Anónimo disse...

"Simplesmente" reduzir na AP a 95% quem autoriza despesa pública. Eliminar integralmente todas as PPP... os privados que vão para os tribunais e daqui a 25 anos os portugueses pagam a as contas (agora não dá... temos de pagar juros a outros "mecenas" dos mercados). Eliminar 75% das autarquias e extinguir as juntas de freguesia e todas as empresas públicas. Nacionalizar a banca e os que rejeitarem que vão pedir dinheiro aos mercados. Eliminar 80%dos Politécnicos e Universidades Públicas. Manter a investigação com resultados que acrescentem valor a nível empresarial. Pagar a mesma pensão a todos na SS (progressividade). No máximo 1000 euros (quem não aforrou que aforrasse). Controlo total sobre os capitais. Polícia fiscal sobre as empresas com redução significativa dos impostos sobre os lucros. Pena de morte para gestores e políticos que não prosseguem o interesse público (objectivos e resultados. Se não os atingem não voltam a exercer nunca mais cargos públicos, nem que sejam eleitos). Reduzir a frota do estado a 90%. Preferir comunicação por email. Eliminar comunicações móveis/fixa dos dirigentes intermédios para baixo. A PT que se sustente com a privada. Ter uma intranet da AP com gestão pelas Universidades/Politécnicos que restarem. Farmácias Hospitalares e nos Centros de Saúde. Eliminar a 100% os Seguranças Privados da AP (trabalhem nas empresas - cada um fica em 2000 euros em média - um Assistente Operacional nem em 600 euros fica ao estado). Eliminar a 75% os Assistentes Técnicos da AP. Informatizar, gestão documental. Tudo digitalizado. Reduzir drasticamente foraças de segurança pública, Monitorizar com videovigilância. Polícias apenas em zonas críticas com policiamento de proximidade. Aumentar em 1000% o preço da Segurança Pública nos jogos de futebol. Reduzir 90% dos motoristas da AP. Reduzir a Assembleia da República para 50 Deputados. Limitar na Constituição a formação de governo com apenas 8 Super Ministros + 10% de Assessores.

Tiago Mestre disse...

Meus caros, perdoem-me a falta de modéstia, mas as vossas contribuições só revelam a vossa (nossa) vontade em contribuir para um Portugal melhor. Somos cidadãos de corpo inteiro, é o que eu acho.

Concordo com tudo o que foi dito. Mais para a esquerda, mais para a direita, a essência está lá.

Sobre a sugestão socialista do Sérgio, tive hoje uma ideia que complementa:

Quando a troika terminar em Portugal, 53% da nossa dívida estará nas mãos do BCE, UE e FMI.

Proporia que os pagamentos dos juros e do capital fossem suspensos de forma unilateral por tempo indeterminado a estas instituições. Mas aos credores privados continuaríamos a cumprir sem falhas. Seriam 4 ou 5 mil milhões de euros de alívio em juros e 100 mil milhões em capital que não teríamos que amortizar.

A troika não sofreria em demasia com esta decisão, e os credores privados perceberiam a seriedade do país em não querer falhar com eles.

Fica a sugestão..

Salvador disse...

Tiago, o problema em suspender os juros, é que todas essas entidades UE, FMI também elas se financiaram nos mercados.

Ao nao pagarmos juros, quem teria que ficar com a batata nas mãos seriam essas entidades que obviamente teriam que pagar os cupões a quem investiu nessas entidades.

Não faze-lo, implicaria um default por parte do FMI, e/ou UE.

É que a maioria das pessoas pensam que essas entidades tem ali o cash, mas não também elas se financiam a juros com aquilo que os investidores perceptivam como sendo o risco da entidade.

Tiago Mestre disse...

Salvador, é correto o que dizes, à exceção do BCE, que pode sempre imprimir.

Acerca do FMI e do EFSF terem que reportar perdas: são mecanismos patrocinados por instituições mundiais muito grandes. Certamente saberiam "acomodar" estas perdas no seu bolo de dívida e espalhariam o prejuízo pelos seus associados.