9 de junho de 2012

À Europa só existe um caminho: aprender com Portugal e com os portugueses

Os portugueses estão a meio caminho no seu trilho europeu.

Querendo a classe política que sejamos europeus de corpo inteiro desde o 25 de Abril, acabámos por nos desviar o suficiente daquilo que sempre foramos como portugueses, para nos tentarmos tornar naquilo que nunca conseguiremos ser: europeuzinhos de gema.
Neste momento não "estamos" portugueses nem somos europeus.

Mais cedo ou mais tarde o erro será reconhecido, e o retorno às origens será inevitável.
Com 900 anos de independência e de formação da sua própria cultura, tão diferente da de Castela, já aqui ao lado, os portugueses não se deixarão derrotar por 35 ou 40 anos de ideologia europeia socializante, laica e ao mesmo tempo super produtiva e organizada.

Mas podemos ser sempre permeáveis a ela, e foi isso mesmo que aconteceu, a reboque da "elite" política estrangeirada e deslumbrada por ser essencialmente ignorante com a vida e pseudo-conhecedora da erudição europeia.
Experimentámos, aprendemos, e como não iremos gostar com certeza, um dia retrocederemos.
Um passo à frente, dois passos atrás, e assim continuaremos a ser independentes sem sermos fechados e abertos sem sermos impositores.
Só assim foi possível manter 900 anos de independência e relacionarmo-nos com tantos povos e tantas culturas ao mesmo tempo, chegando ao ponto de dar a independência às colónias que mais amávamos, como o Brasil, sem ferir de sobremaneira os laços e as relações entre a ex-metrópole e a ex-colónia.

E se quisermos estudar e compreender as características dos europeus do norte, talvez possamos mostrar-lhes o défice cultural que têm ao não viverem a vida pela vida, contemplá-la e aproveitá-la como um ser humano que está satisfeito com o que tem e com o que não tem. Não admira que os turistas do norte se "transformem" quando vêm cá passar férias.

É com os portugueses e a sua cultura que o norte da Europa tem muito que aprender, para que não rebente por dentro e estilhace tudo à sua volta pela 3ª vez em 100 anos.

Agostinho da Silva ensinou-nos que a civilização portuguesa é a mais perfeita civilização que se conhece.

Pode demorar tempo aos portugueses e às portuguesas de hoje perceber e aceitar esta afirmação, sobretudo na carpideira nacional que hoje se vive, mas a solução está tão só (e não é pouco) em tentar aprender e apreender como é hoje a cultura portuguesa e como foi ganhando tamanho e força ao longo dos séculos.

Não mudámos nada, apenas andamos a experimentar desde há 3 décadas o que é ser europeu à maneira do Norte. Historicamente falando é pouco, e não passa disso mesmo.

Tiago Mestre

2 comentários:

Vivendi disse...

O circo Europa foi bonito enquanto havia ilusão. Agora não há dinheiro, não há palhaços. E as pessoas vão caindo na real.

Tiago Mestre disse...

Exatamente. foi a abundância do dinheiro que criou esta falsa aparência de unidade e de homogeneidade cultural. acaba o dinheiro e as clivagens reemergem. muito bem apanhado