Este gráfico representa o prejuízo que o Estado tem mês após mês = Receitas - Despesas
A linha azul reflete a evolução de 2011, e percebe-se que acabámos 2011 com um prejuízo superior a 10 mil milhões de euros. É um valor gigantesco para um país e uma economia como a nossa, mas em 2010 e 2009 andou pelos 13 a 15 mil milhões de euros.
Só com a introdução dos fundos de pensões (uma aldrabice inadmissível) é que o prejuízo lá se ficou pelos 7 mil e tal milhões de euros.
Para 2012, Vítor Gaspar comprometeu-se com um défice de 4,5% em função do PIB.
Se este se ficar pelos 167 mil milhões de euros (admitimos uma recessão de 2,5% aprox face a 2011), isso significará que o prejuízo do Estado não poderá ultrapassar os 7,5 mil milhões de euros. É a linha vermelha que desenhámos no gráfico.
A linha preta apresenta uma inclinação em Maio bem diferente da de 2011, certamente influenciada pela suspensão dos pagamentos dos subsídios de férias.
Mas todos sabemos que o governo apresentou esta medida como sendo temporária, logo, se for sério, terá que repor na totalidade esses valores a partir de 2014. Mas duvidamos que tal aconteça, porque à exceção dessa medida que corta no défice, todas as outras estão com tendência oposta, agravando-o:
- A coleta fiscal baixou, mesmo com o aumento dos impostos,
- Gastou-se mais em subsídios de desemprego,
- Há menos contribuições para a segurança social
- O custo dos juros quase que duplicou (de 870 para 1570 milhões)
Caso os subsídios não sejam repostos (isso significa para qualquer cidadão esclarecido que o PSD mentirá mais uma vez), são mais uns milhares de votos que se deslocam para o PS, voltando tudo à estaca zero e tornando infrutíferos todos os esforços que se despenderam até aqui.
E assim vira-se o feitiço conta o feiticeiro, e porquê? Por falta de coragem em assumir as decisões difíceis.
Esperamos sinceramente que pelo menos em 2012 e 2013 o défice seja cumprido, sem maquilhagem, porque caso o governo falhe, é a morte anunciada da pouca austeridade que ainda se consegue impor às contas do Estado.
Tiago Mestre
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