Parece que se tornou tacitamente proibido aplicar em Portugal mais um miligrama que seja de austeridade. O povo não aguenta, dizem eles.
Afinal são iguaizinhos a Sócrates. A história escreve direito por linhas tortas.
Extend and pretend, Extend and pretend, Extend and pretend, Extend and pretend, Extend and pretend
Tiago Mestre
6 comentários:
Caro Tiago: Surpreende-me ter pensado por momentos, que não são todos iguais ao Sócrates... O Móbil dos políticos, em Democracia, é a luta pelos votos, para acederem ao "poder de gastar recursos". não tenhamos ilusões... e falar de crescimento económico, aliviar austeridade, e algumas inaugurações afinal fica bem a qualquer um...
Mas há um dado concreto: A queda das receitas, dos impostos.
À maioria do povo, talvez os 20 ou 25% que vivem na considerada pobreza, não se pode pedir mais sacrificios. Para as elites talvez. Mas já atingimos o ponto de inversão da curva de Laffer (é assim o nome dele?), já falaste nisso aqui Tiago.
Há muita margem é para diminuir despesa. Alguma dessa diminuição também se chama austeridade, porque se tem de diminuir FP, instituições, esquadras, centros de saúde, lares, etc etc...
Não sofrem por aumentos de impostos sofrem por outras vias.
Por acaso ouvi hoje de manhã na rádio que vão reduzir muitas destas instituições que falei nos grandes centros urbanos - A ver vamos.
A meu ver há muito espaço para sermos mais eficientes como país diminuindo a despesa, em vez de aumentar os impostos.
E eu também acho que temos de ter um prazo mais alargado. Porquê?
Porque o estado tem de reduzir em 2013 o IRC e algum IVA em sectores chaves, para dinamizar a economia. Não injectando ele o dinheiro na economia, mas possibilitando investimento das empresas, até IDE. Assim diminui também com o tempo o peso do estado na economia.
Só assim se pode crescer neste momento. Permitir chegar ao defice 3% apenas em 2015 e idealmente a défice 0% lá mais para a frente. É imperial reduzir o défice para o valor que todos nós aqui defendemos.
A meu ver o último ano teve de ser assim, se não as pessoas não acordavam para a vida, não reduziam o consumo (importações), o estado não aplicava algumas medidas, e ficava tudo na mesma. A teoria de choque funcionou mas agora há que aliviar as empresas para poderem contratar, não?
Isto não é contrario a nenhuma das ideias que defendemos. Para isto não é preciso dinheiro. É "só" ser mais eficiente.
E a Merkel a ceder ontem hein...já deves estar a preparar um post :)
No entanto, o que eu disse não corrobora com estas afirmações dos nossos ilustres a pedir menos austeridade.
Acho que o nível de impostos se tem de manter tal como está, incluvivé aumenta-los em alguns produtos como os de luxo.
Subsidios de desemprego é para acabar e os de natal e de férias que continuem suspensos, por muito tempo.
Mas tem de se aliviar as empresas para elas fazerem o papel que o nosso estado tentou fazer durante tanto tempo, dar trabalho.
O Marcelo não passa de um grilo falante. Ele que se atire mas é ao rio. As pessoas tem de entender que para sair do buraco não pode ser com as mesmas pessoas que nos levaram ao mesmo buraco. A maior parte dos responsáveis nem sequer aprendeu a lição, afinal a vidinha deles não core assim tão mal.
O Marcelo não passa de um grilo falante. Ele que se atire mas é ao rio. As pessoas tem de entender que para sair do buraco não pode ser com as mesmas pessoas que nos levaram ao mesmo buraco. A maior parte dos responsáveis nem sequer aprendeu a lição, afinal a vidinha deles não core assim tão mal.
Caro anónimo, às vezes ainda me surpreendo com a minha ingenuidade.
Acredito sempre que o outro age de boa fé e de forma coerente.
Da minha experiência pessoal e profissional, a grande maioria das pessoas ainda é coerente e ressente-se com ações negativas, mas no que toca à elite política, sai tudo ao contrário.
Vazelios, o conceito de austeridade relevava uma parte de aumento de impostos e outra de redução de despesa. Nunca acreditei na parte de aumento de impostos, e agora vemos que se chegou ao limite. É na DESPESA que teremos que atacar, ponto final.
E já agora, como dizes, baixar os impostos, para que a economia possa respirar e atrair gente com dinheiro.
Mas adiar o cumprimento do défice ZERO, como sugeres, para que se possam reduzir impostos já em 2013 para ajudar as empresas é que já me parece pouco realista. Oxalá houvesse folga para adiar o cumprimento do défice, mas não há.
Também nesta rúbrica do défice já ultrapassámos a curva de Laffer.
Quanto mais tempo nos mantivermos do lado de lá da curva (défice superior a zero), mais juros chuparão a receita do estado, como viste no post que escrevi sobre os juros.
Acho a tua ideia interessante, mas para ser eficaz no terreno era preciso não estarmos em recessão (já dava para ter um défice > 0, mas sempre < a 3%) e não pagar mais do que 3-4 mil milhões em juros (inferior aos 10% da receita total que as agências de rating afirmam como sendo uma dívida sustentável). Seria uma medida muito corajosa em 2004 e poupar-nos-ia a muita confusão que hoje temos.
Agora já é tarde, acho eu...
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