20 de junho de 2012

Se a notícia é boa? Ótimo. Se a notícia é má? Melhor ainda (Parte 2)

Parece que as más notícias nos EUA não foram suficientes para que os colegas de Ben Bernanke se decidissem por uma nova ronda de estímulos.

Os mercados estavam literalmente suspensos à espera das palavras do Rei Ghob, e o que saiu soube a pouco, muito pouco.

De relevante, só mesmo o prolongamento da operação Twist. Será estendida até final de 2012.

Esta operação consiste na venda em mercado aberto de obrigações de curto prazo que o FED possui, comprando de seguida obrigações com maturidades maiores (de 6 a 30 anos). Desta forma meio ardilosa, o FED não aumenta o seu balanço quantitativamente, mas degrada-o qualitativamente, já que as obrigações de maturidades longas serão aquelas mais suscetíveis de perder valor numa eventual crise de dívida soberana a ocorrer na terra do Uncle Sam. Por outro lado, coloca os mercados de dívida a gerir sobretudo obrigações de curto prazo, mais arriscadas porque obriga a roll overs mais frequentes. São menos apetecíveis para os investidores de fixed income (fundos de pensões e outros fundos de longo prazo), mas como Ben não lhes deixa alternativa, lá terão que jogar no casino da volatilidade do curto prazo.

Com esta jogada Ben baixa as taxas de juro em todas as maturidades, o seu grande objetivo. Desta forma Obama pode continuar a ter défices de 10% do PIB, financiando-se a 10 anos com juros de 2%! Impor austeridade aos americanos com estas condições de financiamento? Só se fosse burro. Foi exatamente isto que os políticos gregos, portugueses e espanhóis fizeram durante 9 aninhos.

Ben, se a crise das dívidas soberanas chegar aos EUA (será só uma questão de tempo), depois não venhas com a conversa de que não sabias e que não fazias ideia nenhuma que isto poderia acontecer.



Quantitative easing e outras compras do género terão que esperar. São precisas mais más notícias para convencer o helicóptero Ben. Toca a trabalhar nelas.










Eis a Grande Manipulação em todo o seu esplendor.

Tiago Mestre

4 comentários:

Daniel disse...

Depois temos certos nobeis a dizer que os EUA não podem entrar em default porque imprimem a propria moeda.... veremos

Tiago Mestre disse...

Stiglitz a delirar em direto durante 2 ou 3 minutos a 9 Fev2010

http://www.youtube.com/watch?v=E4MAifsp-8E

Um bem haja ao youtube por nos ajudar a apanhar quem erra e quem acerta

Filipe Silva disse...

Em teoria podem sempre pagar imprimindo, destroem a moeda no processo, but its possible.

A incapacidade de aceitar que o modelo estoirou em 2008, e que as sociedades tem de evoluir, modificar se e que este socialismo com algum mercado apenas funciona para os que controlam o sistema, e contra as populações

Sinceramente já aceitei que vão fazer tudo o que acho incorrecto, o socialismo vai se intensificar, ate estoirar de vez

Mas muita coisa vai se passar na Europa,

Vivendi disse...

Em teoria podem sempre pagar imprimindo, destroem a moeda no processo, but its possible.

It´s possible se destruírem primeiro o €, depois fica o caminho aberto para a libra e para o dólar, e aí transferem papel impresso para os emergentes.

Os representantes da nova ordem mundial pressupõem em seus planos a criação de uma moeda única mundial.

Já agora acompanhem a história dos Rothschild:

http://artedeomissao.wordpress.com/page/2/

http://artedeomissao.wordpress.com/