30 de maio de 2012

Rajoy leva um NÃO do BCE

Aparentemente, o plano de Rajoy para salvar o Bankia minimizando a contribuição dos contribuintes em todo o processo foi chumbado pelo BCE.

O golpe era mais ou menos este:

O Governo espanhol injetava 19 mil milhões de euros de obrigações soberanas no Bankia sem que este tivesse que as pagar. Uma espécie de adiantamento.
O Bankia agarrava nessas obrigações espanholas e usava-as como garantia junto do BCE para obter financiamento a 3 meses.

Ficámos sem perceber o que faria o Bankia com esse dinheiro:
Se seria para adquirir as obrigações espanholas que o governo lá colocou;
ou será para financiar outras atividades correntes deixando para mais tarde o pagamento dessas obrigações.

O BCE não foi na conversa porque deve ter considerado que as obrigações são um instrumento que envolve uma transacção, ou seja, toma lá as obrigações, dá cá o dinheiro.
Rajoy até foi criativo, mas o barro não colou.

Tiago Mestre

7 comentários:

Sérgio disse...

Quantos dias (ou horas) faltará para ele dar o dito por não dito e anunciar que afinal sempre vai haver resgate. Isto são muitos milhões! A população espanhola anda pelos 46 milhões, se querem injectar 19 mil milhões de euros isto dá 423 euros a sair do bolso de cada espanhol, e só estamos a falar de um único banco!

Tiago Mestre disse...

A chatice é que para o EFSF e o ESM serem ativados, é preciso um pedido formal da Espanha e terá que vir a troika.

Presumo que não haja dinheiro suficiente para um resgate desta dimensão. Para já isto parece um beco sem saída, até algum líder europeu se lembrar de um qualquer plano mirabolante.

Curiosamente vi há pouco uma notícia que desmentia a nega do BCE ao pedido de Rajoy... O homem ainda não perdeu a esperança

Tiago Mestre disse...

Afinal já se lembraram de outro plano mirabulante:

dar o ouro que temos guardado como colateral num novo mega plano de resgate. O que temos no BdP vale 13 mil milhões de euros. Parece-me muito pouco para as nossas necessidades, mas enfim..

Vivendi disse...

Tiago,

Este post creio que ajuda porque esse penhor é de extrema importância apesar da sua capitalização.

http://vivendi-pt.blogspot.com/2012/05/o-que-vira-apos-o-dolar.html

Tiago Mestre disse...

O Ouro é algo que me agrada como moeda padrão. Prefiro o ouro ao FIAT, apesar de que a classe política manipula os 2 da mesma forma.
O Ouro é mais austero para com as tentações dos políticos.
Mas como sabes, as moedas fiat são suportadas por dívida: promessas de pagamento por parte do banco emissor. Tal extravagância permitiu aumentar a massa monetária para aqueles valores que tu mostraste num post do planeta terra com os seus 70 triliões de PIB e do "outro" planeta com 700 triliões de massa monetária.

Transformar todo este lixo fiduciário em padrão ouro obrigaria a:
Uma corrida desenfreada ao ouro existente, porque ele é finito
À destruição de muito deste lixo fiduciário
À valorização do preço do ouro para níveis impensáveis
À completa desvalorização das moedas de países que não possuem nem ouro nem condições para o adquirir.

Basicamente a bolha mundial de crédito e de divisas fiat terá que rebentar.
Adeus modernismos e civilização ocidental. Iremos todos parar à época medieval ou algo parecido.

Mas se isto não acontecer teremos talvez hiper-inflação, que em termos de consequências para a população não será muito diferente.
Entalados por ter cão, entalados por não ter. Mais vale preparar-mo-nos...

vazelios disse...

Esta ideia de penhorarmos o nosso ouro consegue ser pior à medida de vitor constancio que foi vendendo ouro ao preço de maçãs, antes deste ter valorizado bastante.

O homem devia estar preso mas é como alguem disse: Já começo a perceber porque foi ele para o BCE!

Ouvi ou li alguém afirmar (Peter Schiff?) que caminhávamos a passos largos para o padrão ouro. Como vai ser a passagem é que ninguém sabe mas terá certamente algumas, todas ou mais ainda consequênjcias que puseste aqui neste post.

Nós ao penhorarmos o nosso tão orgulhado ouro não iremos perder a unica carta que temos na mão para o futuro?

Continuo a achar que os milionários deviam equilibrar a balança e ceder muita da sua ruiqueza ao mundo. Grandes empresas teriam de abdicar dos investimentos que fizeram, terão de registar as perdas.

Ou isso ou rebenta a bolha na mesma.

É ir jantando enquanto dá...

Vivendi disse...

Mexer no ouro não.

Salazar não era parvo!

A lição económica está nele não nestes cromos de hoje.