6 de maio de 2012

Democracia Grega extingue-se hoje pelos corredores de Bruxelas

Caros leitores e leitoras, pedir hoje aos gregos que da sua opinião pública se extraia um governo é exigir, no mínimo, o impossível !

O que aconteceu na Grécia nos últimos 13 anos, desde que entrou para a moeda única, foi a loucura das loucuras. Em nome do crescimento do PIB a qualquer custo, a UE caucionou e promoveu toda a criação de despesa pública grega que não gerou riqueza a médio prazo e apenas deixou dívida, e mais dívida!

O setor público, mais sujeito a escrutínio pelas autoridades europeias, viveu e fez o que quis. Enquanto houvesse credores a comprar obrigações gregas a 10 anos com taxa inferior a 4%, o céu era o limite. E realmente viveram-se anos celestiais, desafiando permanentemente as leis mais elementares da gravidade, sem que nenhum líder político desse por isso e agisse em conformidade.

Hoje são os gregos que pagam as extravagâncias dos seus líderes, e no meio de todo este caos, em que ninguém sabe se é melhor ou pior ficou ou sair do euro, pede-se que opinem, que votem num quadradinho, se querem a paz podre, ou se querem algo de novo que, neste contexto, não se sabe se é o abismo, se a salvação!

Triste figura fez a UE com a Grécia, por total inoperância em tempos de paz e por adiar o que é difícil em tempos de guerra económica e financeira.

Hoje, a ação principal está fora de controle e apenas se gerem os danos colaterais.

A gravidade teria que um dia ganhar à levitação. Já foi tarde, muito tarde.

Tiago Mestre

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