5 de maio de 2012

Obrigações portuguesas em Abril... uma autêntica montanha russa

Caros leitores e leitoras, o que dizer do gráfico abaixo?


Enquanto que os juros das obrigações dos outros países europeus mantiveram a sua tendência crescente e estável, sobretudo Espanha e Itália, Portugal viveu uma autêntica montanha russa:
Até 16 de Abril, Portugal era a "ovelha negra" das obrigações europeias: muito mais gente a querer vender do que a comprar.

Mas a partir daí "parece" que as obrigações começaram a ser um bom investimento, e de repente Portugal passou a ser um país sério e recomendável. Várias foram as personalidades, sobretudo o Ministro da Finanças, a referirem que este abaixamento reflectia um regresso da confiança dos investidores. Acreditamos que as lideranças não sabiam o que estava a acontecer, e portanto limitaram-se a ir na corrente do momento.
Os media mais uma vez fizeram o seu trabalho: amplificaram a notícia sem escrutinarem o que se estava a passar!

Uops, mas a 28 de Abril voltaram a ter uma tendência de subida, ficando novamente em níveis semelhantes aos do princípio do mês!

Pergunta: Mas porquê toda esta volatilidade?

Basicamente as obrigações portuguesas foram consideradas por um grupo de investidores como um ativo de risco a vender, e por outros como um ativo também de risco mas que do qual se podem retirar dividendos no curto prazo se se comprar, já que a taxa de juro é bastante apelativa. Como há pouca liquidez neste mercado de obrigações, quando "peixe graúdo" atua, grandes mudanças ocorrem..

O blog Zero Hedge deu-se ao trabalho de identificar os participantes desta montanha russa, et voilá:

Quem vendeu em grande até 16 de Abril? Fundo soberano da Noruega

Quem comprou em grande até 28 de Abril?  Dan Loeb e o seu Third Point hedge fund


Resta saber a parte final da história:

Porque é que em 5 dias as obrigações voltaram novamente para valores iguais aos do princípio do mês. Quem é que vendeu à pressa? Zerohedge acha que foi o próprio Dan Loeb, contudo a explicação é algo rebuscada, pelo que ficámos com reservas...

Tiago Mestre

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