28 de maio de 2012

Deem-me dinheiro, mas não me peçam austeridade

Estivemos a dar uma vista de olhos à entrevista que Tsipras, líder grego do partido Syriza, concedeu ao Der Spiegel.

E no meio de todas as idiossincrasias que Tsipras nos transmite entre a visão grega e a visão alemã do problema europeu, salta a ideia de que os alemães são tão responsáveis pelo problema quanto os gregos.

E no caso da implementação da austeridade em troca da assistência financeira, Tsipras refere que tal programa trará o colapso económico ao país e à Europa, pelo que se deve evitar tal cenário a todo o custo.

Já percebemos que Tsipras, mesmo sendo ainda um jovem, já se revelou um jogador de poker político. Continua a transferir a responsabilidade dos problemas gregos para a Alemanha.
Para ele, a austeridade não é solução, logo rejeita-a no contexto de solidariedade entre países europeus.

E em jeito de contributo do Contas para o Sr. Tsipras e para a Sra. Merkel sugerimos o seguinte: 
Em vez da Alemanha emprestar dinheiro à Grécia, sugerimos que DÊ o dinheiro. Pode parecer ridículo, mas explicamos:

Emprestar dinheiro com juros não é ajudar, é adiar o problema e ter que resolvê-lo mais à frente. Só compra tempo, mais nada. Mas a troco desta "ajuda", a Alemanha quer que se implemente austeridade. Mas a austeridade, quando é imposta de fora, dói mais. Até se faz, mas de contra-vontade.
Sendo algo assim tão difícil de implementar, em nome da Solidariedade europeia, sugerimos à Alemanha que reforce a "ajuda" à Grécia, oferecendo dinheiro.
Em vez de assinar livranças, Angela Merkel passaria a assinar cheques. Talvez Tsipras reconsiderasse a sua posição acerca da austeridade exigida pela Alemanha.

Esta história serve apenas para evidenciar o ridículo de todo conceito de "solidariedade europeia". Os erros foram gigantescos aquando da adesão dos países ao euro, e durante 8 anos o risco de países como a Grécia foi equiparado ao da Alemanha. Os investidores deixaram-se enganar até 2010, e quando acordaram, perceberam que a Grécia e outros países tinham-se endividado para valores totalmente insustentáveis. Libertaram o diabo de uma só vez, fugindo a sete pés destas dívidas.

Para compensar este buraco negro deixado pelos investidores, a Europa arranjou à pressa a tal solidariedade europeia, mas como não chega, exige austeridade pelo meio.
Para voltar atrás já é muito complicado: Tsipras arranjou amigos como Hollande, Seguro e outros. 

Merkel isola-se, mas a culpa é dela e só dela: 
Acreditou que emprestar dinheiro a troco de austeridade resultaria. É de quem não percebe nada de cultura, de pessoas e de protestantismo vs catolicismo.

Planificação centralizada é isto mesmo.

Tiago Mestre

1 comentário:

André disse...

Eu tenho outra para responsabilizar aquela gentinha: a Alemanha dá o que resta de dívida pública a "pagar" pela Grécia, cerca de 160 mil milhões de euros (cerca de 5% do PIB alemão), mas em troca a Grécia terá dar 160 mil milhões ao Afeganistão para ajudar o país a se desenvolver.

Reclamar o dinheiro dos outros todos gostam, agora preocuparem-se com aqueles que estão abaixo deles está quieto!