Esta notícia, de extrema importância, passou despercebida nos radares mediáticos de ontem, talvez por ser uma boa notícia para o governo e para todos nós.
Segundo percebemos da notícia, a renegociação refere-se a futuros investimentos que os parceiros tinham já contratualizado com o Estado português no passado.
São as concessões rodoviárias as mais visadas nesta renegociação.
Os contratos atualmente em exploração não foram sujeitos a alteração, pelo que esta medida não configura na prática uma renegociação dos contratos em exploração, ou seja, as margens de rentabilidade ou a eliminação pura e dura de serviços prestados não está em cima da mesa.
Lamentamos que não se esteja a ir mais longe para já, ou seja, que se eliminem unilateralmente serviços que os concessionários prestam às populações, porque mais cedo ou mais tarde tal cenário irá colocar-se.
Sendo hoje o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, não podemos deixar de referir que notícias como esta, que elogiam o trabalho do governo, passam ao lado do radar mediático. A liberdade de imprensa também é isto, decidir se se coloca no ar a notícia A ou a notícia B, sabendo-se que a escolha pode incidir na notícia mais "gulosa" e menos notável. É neste clima de liberdade de imprensa que as redacções dos meios de comunicação fazem escolhas, mesmo que sejam tendenciosas.
Fica do lado do receptor a decisão de escolher o que quer ficar a saber, ou seja, a liberdade de imprensa é uma transferência de responsabilidade do setor especializado para a comunidade.
Para quem desejava que a liberdade de imprensa serviria para termos mais e melhor informação, que se desengane, porque a liberdade é um instrumento ao nosso dispor para decidirmos o que queremos fazer, e nem sempre as redações estão em sintonia com a população, até porque a população também é, ela mesma, variada nos seus gostos e interesses.
Tiago Mestre
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