10 de setembro de 2012

Tribunal Constitucional deliberou que Passos Coelho é prevaricador

Os espaços de opinião e comentário nas edições online do Expresso, Público, Económico e outros estão todos ao rubro com esta subida de impostos anunciada na sexta-feira. Está tudo a purgar as emoções.

E ainda bem que assim é, porque ao contrário de outras culturas que enchem até rebentar, nós, portugueses, preferimos ir purgando a válvula todos os dias um bocadinho.

E assim se evitam confrontos físicos, males entendidos e outras asneiras que de nada valeriam. Sim, de nada valeriam, porque quando temos um Estado que a única coisa que tem para distribuir é dívida e juros, esqueçam o tesoiro. Toca é a trabalhar e a encontrar soluções de sobrevivência e sustento local, comunitário, que não dependa do polvo fiscal deste Estado keynesiano.

Vejamos os factos:

1. Passos Coelho decidiu que o PS deveria ir para a rua por causa dos aumentos dos impostos a conta-gotas, dos PEC's e por aí fora.

2. Veio a troika e TODOS concordaram que o défice deveria baixar para 4,5% em 2012 e 3% em 2013. 

2. PSD Ganhou as eleições julgando que reequilibraria as contas públicas sem violar a Constituição (que erro crasso e que nós aqui no contas pressentimos)

3. Começou a cortar não na despesa através da extinção de serviços (reformas a sério) mas na diminuição de salários e pensões, suspensão de subsídios, etc

4. Veio o TC dizer que esses cortes eram inconstitucionais porque não eram equitativos.
Mas caso o PSD tivesse optado por fazer reformas a sério, extinguindo organismos e despedindo pessoal sem poder indemnizar (porque o Estado é uma instituição falida), o TC também chumbaria tal desígnio. ahhh

5. E o que faz o governo para contornar o TC? Repõe um subsídio à função pública e retira um salário aos privados. Ficou "ela por ela".
Fez o que o TC sugeriu que se fizesse, e sempre na tentativa de continuar a reequilibrar as contas públicas. (intenção boa mas execução péssima)

O TC só fez o seu trabalho. Quem não o fez foi a coligação, tão só isso.


SUGESTÃO QUE FAZEMOS AQUI NO CONTAS AO NOSSO LEITOR E ASPIRANTE A GOVERNANTE:

CERTIFIQUE-SE QUE TEM CONDIÇÕES PARA GOVERNAR, E COMO?

1. INTERPRETE BEM A REALIDADE, SEM LUPAS IDEOLÓGICAS
2. ANALISE OS NÚMEROS,
3. PREVEJA AS SOLUÇÕES E POTENCIAIS RESULTADOS NA SOCIEDADE,
4. VERIFIQUE SE AS MESMAS SÃO LEGAIS OU NÃO
5. FAÇA TUDO PARA MUDAR A CONSTITUIÇÃO E A LEGISLAÇÃO QUE IMPEDE A REESTRUTURAÇÃO DO ESTADO, DA SOCIEDADE E DA ECONOMIA

SE FALHAR NUMA DESTAS CONDIÇÕES, NÃO SE CANDIDATE NEM ACEITE QUALQUER LUGAR GOVERNATIVO, PORQUE A SUA CARREIRA POLÍTICA ECLIPSAR-SE-Á NUM ÁPICE.

É que governar em tempos de prosperidade permite sempre contornar a Constituição e não aviltá-la.

Mas em tempos de declínio, a Constituição exige que haja dinheiro quando ele não existe. E agora?

Tiago Mestre

7 comentários:

Anónimo disse...

o dinheiro existe... está mal distribuído. Os "gajos" com mérito (1% da população mundial) ficam com 80% a 90% dele!!! Somos 7 mil milhões... a passar exponencialmente.

Anónimo disse...

Só uma chamada de atenção, o público não tem este ano qualquer subsídio, e para o ano terá apenas um reposto, que será como não existisse, pois o mesmo é retirado pela contribuição de 18% para a Seg Social ou CGD.

O público também já tem cortes nos seus vencimentos desde JAN11, de 3% a 10% conforme os vencimentos. Daí a decisão do TC.

Para o próximo ano, penso que ainda não esteja reposta a tal "equidade" mencionada, pelo TC.

O privado, ao que me parece, só pagou no subsídio de natal do ano de 2011 com uma sobretaxa em IRS, mas esse também os funcionários públicos pagaram.

Só agora vem realmente a austeridade para o privado. Até agora quem a tem aguentado e pago, são todos os que do estado recebem.
O aumentos de IVA, eletricidade, água, gás, combustível, todos pagamos..

Concordo com a alteração da constituição de forma a que o estado possa despedir, acabar com fundções, institutos, organismos que ninguém sabe bem ao certo, enfim, aquilo que já todos sabemos.

Vamos aguardar que surjam mais novidades..

Filipe Silva disse...

O público não paga impostos.

Os "impostos" que dizem que paga não é mais que dinheiro do Estado a ser movido de um lado para o outro,
O Estado podia pagar o salario sem andar com estes subterfugios. Mas há que enganar os pobres contribuintes do sector privado

Vejamos o Estado não cria riqueza, o seu financiamento vem de 3 formas, Impostos, emissão de divida e venda de património.

A emissão de divida hoje é impossível, emitimos divida para pagar juros e não abater à divida, e este é impostos que deviamos ter pago acrescidos de juros.

Quem produz riqueza é o sector privado, sendo que este é o que paga na realidade impostos, e por sua vez paga os salários dos funcionários públicos.

Eu não tenho nenhum problema com acumulação de riqueza por parte de um cidadão, vejamos se este desenvolve um produto que é do agrado dos consumidores e estes livremente decidem dar o parte do seu rendimento, pagando o preço ao empresário porque é que esta riqueza é imoral?

Agora se o empresário o consegue porque tem beneficios por parte do EStado, o caso da banca, aí são imorais os lucros e a consequente acumulação de riqueza, porque não foi por sua arte e engenho mas antes por interesses.

O que temos hoje é isso mesmo, o chamado crony capitalism..

O único caminho do PAssos é a demissão.

Anónimo disse...

Não se esqueça que os funcionários públicos são: Professores, médicos, enfermeiros, policías, bombeiros (quando profissionalizados), etc...

Estes prestam serviços à sociedade no seu geral. Logo a sociedade, não pode viver sem estes.
Não trabalham de borla, ninguém o faz.

O que diz é pagar liquido aos FP já tendo em conta todos os impostos e contribuições ou essas nem existiam?

Nem tudo o que temos nesta sociedade representa produção, os serviços prestados não podem ser quantificados em termos de produção, mas são essenciais a qualquer cidadão.

Anónimo disse...

"Vejamos o Estado não cria riqueza..."
Pois não. privatizou tudo. Quando a PT, EDP, REN, TAP, GALP, QUIMIGAL eram nacionalizadas... o Estado produzia muito e criava riqueza. Depois de vender essas empresas e indústrias é lógico que não cria riqueza. Assegura que os privados a criem e fiquem indivudalmente bem ricos. Paga as estradinhas PPP's para os camiões rolarem depressa e bem... os contribuintes pagam as contas. Paga cuidados de saúde para os trabalhadores estarem aptos para laboral nas empresas privadas. Paga subsídios para haver paz social... para os empresários e ricos viverem tranquilamente. Viver em Angola, Brasil e Moçambique não é fácil (às vezes fica-se sem cabeça!). O estado existe para servir os privados a enriquecer e a movimentar os seus capitais com liberdade...

Filipe Silva disse...

O Anónimo diz muitas inverdades.

O Estado privatizou empresas que tinha nacionalizado anos antes, e encaixou com a privatização enormes somas de dinheiro.

O Estado criava riqueza, e hoje estas empresas criam na, são tão apeteciveis que são compradas por investidores de outros países.

A Tap não cria riqueza dado que dá mais prejuízo do que lucros.

A saúde sendo pública que eu saiba foram os de esquerda que fizeram questão, daí criar um sistema de cariz soviético.

Paga subsidios para haver paz social? Então uma pessoa que não queira produzir e queira viver à custa dos outros o que tem a fazer é prometer andar a bater/matar cidadãos que tem logo direito a um subsidio do Estado, boa lógica, assim é fácil depreender como chegamos aqui

O capital é propriedade privada, gostava que lhe dissessem onde gastar o seu dinheiro, o que podia comprar e onde comprar?

Isso o mercado trataria de resolver, que eu saiba não costumam ser os ricos nesses países que sofrem, mas antes os da classe média e classe baixa, porque os ricos contratam segurança privada.

O Anónimo é parvo, um pequeno ditador soviético que quer controlar quem não lhe paga o subsidio

Tiago Mestre disse...

Filipe, meu caro, são as ideias mais fortes que devem prevalecer em detrimento das mais fracas.
O debate ideológico deve, tanto quanto possível, separar-se dos mensageiros, ficando o debate apenas no plano das ideias.

Por muito que discordes das ideias do anónimo, preferiria sempre que o tentasses cativar recorrendo ao poder argumentativo das tuas ideias e da refutação das dele, e vice-versa.
Vamos evitar as adjetivações por favor, a não ser que sejam elogios, claro!