24 de setembro de 2012

Nem os juros se conseguem liquidar, quanto mais o capital

Portugal deve a entidades credoras (domésticas e não domésticas) aproximadamente 375% do PIB, o que equivale a 637 mil milhões de €.

Sendo o PIB de 170 mil milhões de euros, percebe-se o buraco entre estas duas cifras.

Tendo como juro médio uma taxa de 4,5% para toda esta dívida, isto significa que todo o santo ano temos que pagar 28,6 mil milhões de euros em JUROS.

Ou seja, só para pagar juros precisamos de arranjar 28,6 mil milhões de euros de riqueza adicional.

Pergunta:
E onde se vai buscar este dinheiro?

Resposta:
Ao BCE, sob a forma de ainda mais crédito.

Estamos a endividar-nos para tentar pagar juros, porque amortizar o capital, ou seja, reduzir a dívida, ainda é para esquecer.
Endividamo-nos hoje para pagar o capital e os juros que pedimos ontem, e amanhã teremos que voltar a pedir mais dívida para pagar o capital e os juros de hoje.

É este o ciclo de dívida que corrói qualquer sociedade, e atrevemo-nos a dizer, qualquer civilização, porque os montantes de que hoje estamos a falar são inéditos na nossa história, e quando o Estado já ocupa 50% da economia, cuidado com os próximos capítulos.

As afirmações de Miguel Torga e Franco Nogueira, que no momento da sua morte, confidenciaram ao jornalista Fernando Dacosta que preferiam morrer a assistir à destruição de Portugal começam-me a martelar no cérebro com cada vez mais frequência.

Tiago Mestre

2 comentários:

Anónimo disse...

Bastante preocupante!

São precisas reformas estruturais e alguma sorte.

Como reformas estruturais penso ser urgente diminuir o peso do estado na economia.
O Estado deve sair de tudo o que não lhe compete.

Como sorte vejo algumas coisas que podiam inverter a tendência.
- Abertura de mais fábricas do ramo automóvel, pelo menos iria ajudar a aumentar as exportações e podia diminuir as importações líquidas.
Favorecia o cluster automóvel.
- Descoberta de petróleo em quantidades viáveis de exploração
Esta medida podia ser substituída com a descoberta de quantidades astronómicas de petróleo nas explorações da Galp e aproveitar bem a mais valia da refinação.
- forte aumento do turismo nacional e a definitiva implementação da marca Portugal.

São só algumas ideias é claro...

Filipe Silva disse...

Mas porque carga de água haveriam de abrir mais fábricas do ramo automóvel?

O mercado automóvel europeu está em queda há vários trimestres, a Fiat até ameaçou o governo italiano que saía de Italia se o governo não desse uma ajuda para o mercado automóvel(e dizem vivermos numa sociedade dita capitalismo selvagem),em Portugal vai continuar em baixo durante muitos anos,
A GM continua com problemas mesmo depois do governo americano tem metido lá uma quantidade astronómica de dinheiro do contribuinte.
A economia da China está a arrefecer bastante, agora com o problema com o Japão por causa de uns calhaus perspectiva se que se pode por em causa negócios do valor de 340biliões de dólares.
O nacionalismo chinês contra o inimigo de sempre o Japão está ao rubro.

O petróleo não se faz ideia se existe e se a sua extracção é rentável

O turismo iria aumentar porquê?

As receitas iram cair nos próximos anos dado que muitos portugueses iram deixar de viajar tanto, segundo se o ambiente aquecer contra a austeridade isso irá dar mau aspecto e os turistas internacionais não se deslocaram cá, basta ver o caso da Grécia.

O que deve ser feito é exclusivamente a redução da despesa, isto é, o desmantelamento do Estado dito Social.

Onde investir o mercado, isto é, os empresários é que deveram ver onde investir.

O processo é muito doloroso e terá de ser feito, se é hoje ou daqui por 2anos não sabemos, a realidade é que crescimento económico será uma miragem nos próximos tempos, e quanto mais tempo demorar o Estado a desopilar da economia mais tempo demorará.