Com o Estado a contrair um défice de 5,5 mil milhões de euros no 1º trimestre de 2012 segundo o INE, e tendo Vitor Gaspar já incluído os 2,3 mil milhões de receita extrordinária dos fundos de pensões, parece que iremos acabar 2012 com um défice a roçar os 12, 13 ou 14 mil milhões de euros.
Com uma dívida consolidada em 2011 de 185 mil milhões, parece que a barreira dos 200 mil milhões está a um passo de ser ultrapassada caso se some à dívida estes 12 mil milhões que teremos de défice, a não ser que surja no horizonte alguma receita extraordinária, mas enfim..
E com uma recessão prevista de 3,3% para 2011, o PIB cairá de 171 mil para... 166 mil milhões, também segundo um documento jeitoso do INE sobre procedimentos de défices excessivos.
Ou seja, para o ano que vem, sempre que usarmos o PIB para efetuar rácios, teremos que esquecer os 170 de 2011 e "regressar" aos 166 mil milhões de 2012. E já todos sabemos o que acontece aos rácios quando o denominador reduz de valor:
Défice em função do PIB? Sobe
Dívida em função do PIB? Sobe
Despesa em função do PIB? Sobe
Receita em função do PIB? Sobe - Em 2011 já iamos em 44,7%.
Estaremos a um passinho da receita atingir os 50% do PIB, o sonho de qualquer keynesiano. Eu já sonho com os 90% do PIB. Mantendo este nível de impostos só é preciso esperar que o PIB vá caindo. Há-de lá chegar, porque para 2012 haverá novamente aumento de impostos e recessão garantida.
Todo e qualquer rácio que se calcula em função do PIB e que já era mau, será pior... Tá bonito
Tiago Mestre
1 comentário:
Muito boa análise Tiago.
É problema de qualquer ajustamento.
Subir impostos e descer despesa leva a recessão e embora por norma leve a valores menores de défice, é normal o défice subir.
Mas a partir de certa altura, o ajustamento ganha poder e a economia recupera.
A partir daí não se devem cometer os erros do passado!
É preciso saber o que se pode gastar e o défice será controlável.
Enviar um comentário