8 de setembro de 2012

Socialização do défice

Caros leitores e leitoras, com a decisão do TC a proibir a austeridade para o setor público em 2013, Passos Coelho logo arranjou um expediente para compensar: aumentam-se os impostos.

Este aumento de impostos, como será espectável, não será acompanhado pelo respetivo aumento de receitas.

As receitas do Estado aproximam-se dos 43% do PIB. É ESCUSADO CONTINUAR A BATER NO CEGUINHO. A MALTA FOGE POR ONDE PODE.

Ainda por cima o aumento é na Segurança Social, de 11 para 18%, rúbrica que já toda a gente sabe que não irá garantir reformas absolutamente nenhumas a quem desconta. O aumento da fuga à segurança social atingirá novos patamares nunca antes vistos.

A descida da TSU de 23,75% para 18% é um começo na redução dos impostos, mas quando vem acompanhado pelo aumento da SS aos trabalhadores por conta de outrém, parece-nos que o impacto da redução por um lado será esterilizado pelo aumento do outro. A soma é zero, ou menos..

Este é só mais um de muitos casos de redestribuição de asneiras por gente que nada teve a ver com o problema. Mas o TC pensou de outra maneira e deliberou. Já não nos espanta..

Tiago Mestre

3 comentários:

Gonçalo Dinis disse...

Boa tarde Tiago,

Sou um atento leitor do Contas Caseiras há meses, tenho aprendido bastante sobre economia que é uma área que sempre me fascinou, acabei por me licenciar em Estudos Europeus e depois pós-graduei-me em Políticas Europeias, mas é sobre o funcionamento da Economia que mais gosto de me informar. Tenho publicado muitas das vossas reflexões nas redes sociais, com o objectivo de dar a conhecer a outras pessoas que existem soluções que podem tornar Portugal num país mais livre e como tal mais justo.

Filiei-me no início do ano de 2011 no CDS, pois de todos os partidos que fazem parte da Assembleia da República é aquele que na sua génese mais defende uma economia livre. Luto todos os dias para que mais pessoas rejeitem as ideias socialistas. Mas...mas a declaração de Passos Coelho na sexta foi um murro demasiado forte, que desilusão enorme que sinto neste momento. Não é possível uma economia como a portuguesa sobreviver com esta carga fiscal tão alta.

Nem com com um trio de instituições internacionais que dizem, duma forma clara que a receita a seguir devia ser 2/3 aplicada na despesa e 1/3 aplicada na receita, nem assim há coragem para se reformar o Estado em Portugal? Com isto teremos daqui a 3 anos o PS de volta ao governo. Este governo do qual faz parte o CDS do qual sou militante, acabou de desperdiçar uma oportunidade única. Se o estado de graça deste governo já tinha acabado há muito tempo, em Portugal os governos de direita têm sempre um estado de graça muito mais curto que os governos de esquerda, com esta esta declaração Passos Coelho acabou de cavar a sepultura, que desilusão!

Tiago, Marco e todas as pessoas que contribuem e bem para manter o Contas como um local de referência, continuem o bom trabalho, pode ser que um dia chegue ao poder alguém com a coragem e lucidez para fazer o que precisa de ser feito, esperemos é que não seja tarde de mais,

Abraço

Gonçalo Dinis

Tiago Mestre disse...

Gonçalo Dinis, que bom o Contas ter-te cativado. Oxalá que no teu círculo de amigos consigas fazer entrar estas ideias.
Elas só valem pela força intrínseca que possuem.
Se acreditas nelas pelo seu mérito, não receies. Siga prá frente

Paulo Monteiro Rosa disse...

A TSU e o paradoxo de Kador

http://omniaeconomicus.blogspot.pt/2011/09/taxa-social-unica-e-o-paradoxo-de.html

Diminuir a TSU das empresas é um erro crasso, de palmatória. Não gera qualquer emprego. A competitividade tem que ser via inovação