14 de setembro de 2012

A cronologia que fará história

Agosto 2012

- Draghi e BCE promovem plano para aquisição ilimitada de obrigações soberanas

Setembro 2012

- Tribunal Constitucional dá luz verde ao ESM reforçado, garantindo mais 700 mil milhões de euros de dívida que os europeus poderão usar para acrescentar aos 40 triliões de euros de dívida que já possuem atualmente,  pública e privada.

- Schauble e Merkel, numa reviravolta surpreendente, tornam-se adeptos do programa de Draghi para aquisição de obrigações, esquecendo o que a história da Alemanha lhes ensinou.

- Ben Bernanke e o FED prometeram manter a taxa de juro a 0%, a compra de obrigações longas e venda de curtas (Twist), e uma nova ronda de estímulos QE3, informando a comunidade internacional de que, mês após mês, comprará 40 biliões de dólares em obrigações hipotecárias, até que a economia e o desemprego recuperem.
Nem sabemos bem o que isto quer dizer, mas certamente que o programa durará uns aninhos.

Estão criadas as condições para que os bancos centrais dos restantes países sigam esta política de desvalorização monetária e monetização da dívida. A impressão de dinheiro à escala planetária poderá ser uma realidade, sobretudo neste contexto de queda do crescimento dos países mais desenvolvidos e em desenvolvimento. Nenhum político quererá assumir as responsabilidades internas de que "não fez nada" perante a valorização da sua própria moeda enquanto assistia à queda das suas exportações, apesar de que esta correlação nem é sempre válida, mas enfim...

O que aí virá será algo que desconhecemos, porque nunca o mundo foi tão globalizado e tão interdependente de dinheiro, recursos, produtos, energia, etc

E se querem perceber se o dolar se está a desvalorizar, esqueçam o dollar index.
Este compara o dolar com as moedas suas concorrentes, e como sabemos, também estas serão alvo de desvalorização.

Tiago Mestre

2 comentários:

Rebelo disse...

O que significa que no futuro, a única forma de verdadeiramente avaliar o valor do papel será atravês das comparação de commodities.

Considerando que os recursos são escassos, estes preços deverão disparar nos próximos anos face à rídicula desvalorização do fiat money.

Acho que este problema explode no seu esplendor quando os fundos de pensões se transformarem numa espécie de "bolha imobiliária". Ou seja, daqui a uma década.

Manuel Galvão disse...

O Dolar só é o que é porque está implicitamente ancorado no controlo que os EUA têm sobre as reservas mundiais de petróleo. Devia chamar-se Dolar-petróleo por analogia com Dolar-Ouro de antigamente.
No dia em que os EUA deixarem de controlar as reservas de petróleo, uma nota de dolar passará a valer o mesmo que uma folha de papel higiénico!