12 de julho de 2012

Indústria Automóvel ajuda-nos a compreender o sentimento económico dos europeus

Com a quebra nas vendas de automóveis um pouco por toda a Europa, continuávamos a achar estranho que não houvesse notícias sobre problemas nas indústrias deste setor.

A falta de crescimento económico nos países europeus há muito que já afetava as vendas de automóveis, mas talvez por ainda haver mercados que compensavam as quebras verificadas no Sul da Europa, as coisas ainda se iam compondo. Agora que a crise se instalou no centro da Europa, aquisições de bens duradouros como os automóveis são as primeiras a serem adiadas.

O crédito barato e fácil que ainda perdura por toda a Europa é que tem adiado o encontro com a nossa verdade, mas também esse já atingiu o seu apogeu. A energia que se pediu ao futuro em tempos idos está agora a chegar para ser liquidada, e as dívidas acumuladas não dão margem de manobra para novos créditos. Não dá para adiar muito mais.

Hoje soubemos pelos media que o grupo PSA dará início ao processo de encerramentos em França, anunciando que em 2014 uma das fábricas nos arredores de Paris irá fechar portas.

Quem não exporta para a China e para o Médio Oriente vê-se hoje confrontado com a necessidade de encerramentos e despedimentos. O grupo PSA está muito implantado na Europa mas pouco no continente asiático. A Renault e a Opel também não serão poupadas, julgamos nós.
A Fiat, pela participação que tem na Chrysler norte-americana, talvez consiga minimizar alguns impactos negativos, mas duas empresas insolventes não darão uma solvente.

Este fenómeno deu início talvez em final de 2011, mas será uma evidência em 2012 e 2013 será o ano de velocidade cruzeiro nos despedimentos do setor. Para a Europa isto é terrível, na medida em que a indústria automóvel é e sempre foi muito importante no mercado europeu, dando trabalho a uma infinidade de empresas e indústrias que suportam todo o negócio.

Todos este anúncios serão um "murro no estômago" para muitos cidadãos e sobretudo para políticos que andam há anos a prometer que tudo se irá resolver com uns dinheiritos extorquidos aqui e acolá. A farsa começa a evidenciar-se na sua plenitude.

Em Portugal existem muitas indústrias que dão apoio ao setor automóvel, desde o setor dos moldes, dos plásticos, algumas indústrias de cablagens e estofos.

A Auto-Europa, tanto quanto julgamos saber, deve exportar bastante para a China, pelo que o núcleo automóvel de Palmela ainda subsistirá mais uns tempos. Infelizmente já tivémos uma baixa: a Schenellecke, indústria multinacional que servia a Auto-Europa, e que anunciou enecerramento já para 2012.
Acreditamos que indústrias multinacionais que dão apoio à VW Palmela, como a Vanpro, a Benteler, a Faurecia, a Webasto e outras, continuem a laboral bem. Oxalá que sim!

Tiago Mestre

3 comentários:

Vivendi disse...

Eu aqui tenho uma posição a puxar pelo protecionismo. Acho que os automóveis comprados na Europa devem ser na Europa produzidos e o inverso igual, se o mercado está noutro lado que vão para lá produzir. Se a Europa está cheia de carros, muda-se a produção e energia para outras oportunidades de negócio. De preferência onde não se tenha de recorrer a crédito. Sinceramente a abordagem do crescimento do PIB é cada vez mais um mito sendo mais importante debater outros equilíbrios que promovam o bem estar do indivíduo e da sociedade em geral.

vazelios disse...

O problema é a industria dos transportes de mercadorias que não quer perder volume nas transacções de mercadorias...

Isso e a politica mundial.

Filipe Silva disse...

O problema é que os socialistas conseguiram o que sempre quiseram, controlar tudo e todos.

Basta ler um artigo no mises institute do próprio Mises a explicar isto mesmo.

Não Existe necessidade de proteccionismo, se se deixar o mercado livre funcionar, este resolve o problema que temos.

O que hoje temos é o falhanço total do planeamento centralizado, enquanto se continuar neste caminho, mesmo que se faça o proteccionismo que advogas o resultado será um falhanço, sempre que existe planeamento centralizado contra o interesse dos consumidores dá merda.