Caros leitores e leitoras, damos hoje início a um conjunto de posts em que discriminaremos as despesas por instituição pública.
Esta informação está contida no OE2012, Mapa VII, no site da DGO.
Achámos por bem começar com as instituições de ensino superior, organismos que têm sido objeto de alguns comentários aqui no Contas e também a propósito de um quadro recente que o Vivendi postou no seu blog.
Instituições Superiores de Ensino abaixo do Rio Tejo:
Politécnico de Beja: 15,68 milhões euros
Politécnico de Setúbal: 24,5 milhões euros
Politécnico Portalegre: 14,5 milhões euros
Universidade Évora: 48,1 milhões euros
Universidade Algarve: 51,1 milhões euros
TOTAL abaixo Rio Tejo: 154 milhões euros
Grande Lisboa:
Enfermagem Lisboa: 9,7 milhões euros
Hotelaria Estoril: 5,5 milhões euros
Estádio Universitário: 5 milhões euros
Escola Náutica Inf. D. Henrique: 3,7 milhões euros
Politécnico Lisboa: 57,2 milhões euros
ISCTE: 28 milhões euros
Universidade Nova de Lisboa: 111,1 milhões euros
Universidade Técnica de Lisboa: 158 milhões euros
Universidade Clássica Lisboa: 134 milhões euros
Universidade Aberta: 15 milhões euros
TOTAL LX: 527 milhões euros
Região Centro:
Politécnico Guarda: 13,3 milhões euros
Politécnico Castelo Branco: 13,8 milhões euros
Politécnico Tomar: 13,5 milhões euros
Politécnico Santarém: 19,4 milhões euros
Politécnico Leiria: 46,3 milhões euros
Politécnico Coimbra: 34,85 milhões euros
Universidade Coimbra: 134,4 milhões euros
Enfermagem Coimbra: 10 milhões euros
Universidade Beira Interior: 36,7 milhões euros
Universidade Aveiro: 100 milhões euros
TOTAL Centro: 422 milhões euros
Região Norte:
Universidade do Porto: 217 milhões euros
Universidade Trás-os-Montes: 41,5 milhões euros
Universidade do Minho: 94,2 milhões euros
Politécnico do Porto: 46,4 milhões euros
Enfermagem Porto: 7,1 milhões euros
Politécnico Viana do Castelo: 21 milhões euros
Politécnico Cávado e do Ave: 7,7 milhões euros
Politécnico Bragança: 27 milhões euros
TOTAL Norte: 461 milhões euros
Ilhas:
Universidade Açores: 23,6 milhões euros
Universidade Madeira: 15,8 milhões euros
Entidades Nacionais ligadas ao Ensino Superior
Fundação Ciência e Tecnologia: 394 milhões euros
UMIC: 3,5 milhões euros
DESPESA ENSINO SUPERIOR EM PORTUGAL: 2 MIL MILHÕES EUROS
RECEITAS PRÓPRIAS DO ENSINO SUPERIOR: MIL MILHÕES EUROS
Imagino que sejam propinas e outras receitas
TRANSFERÊNCIAS DO MINISTÉRIO EDUCAÇÃO OE2012: MIL MILHÕES EUROS
É quanto nos custa a todos o ensino superior
DESPESA TOTAL MINISTÉRIO EDUCAÇÃO: 6,8 MIL MILHÕES EUROS
Despesa com secundárias, ciclos, subsídios a privadas: 4,6 mil milhões euros
Parque Escolar EPE: 500 milhões euros
Gabinete Gestão Financeira: 150 milhões euros
Não sei o que é isto!
Serviços gerais de apoio, estudos, coordenação e cooperação: 852 milhões euros !!!
Não sei o que é isto, mas é muita massa, quase tanto
como as transferências para o ensino superior!
Opiniões?
Tiago Mestre
9 comentários:
O PM anda pedir sugestões para cortar na despesa. Aqui está uma boa sugestão: é cortar nestes serviços gerais de apoio e dar mais autonomia às escolas.
http://www.tvi24.iol.pt/videos/video/13661788/5
a partir do minuto 18
obrigatório ver
Reduzir a 50% o orçamento dos serviços de apoio e do financiamento às universidades (com extinção de pelo menos 50% delas). Eliminar a 90% o financimanto às Escolas Superiores de Enfermagem entre os politécnicos (principalmente que formam docentes de Educadores de infância até ao 3.º ciclo. A natalidade está a diminuir!!!
Caro anónimo, eliminar 90% é quase como dar a machadada final. É preferível assumir que estas escolas de enfermagem serão mesmo para fechar.
As escolas superiores de educação dos politécnicos também me parece que têm os dias contados. Ficariam abertas apenas as do Porto, Coimbra, Lisboa e Algarve
São muitos números mas não dizem quase nada...
Quanto custa ao Estado uma licenciatura concluida? e uma escolaridade obrigatória concluida?
E nos outros países da Europa, quanto custam qualificações semelhantes?
O ensino deve ser privado, especialmente o ensino universitário.
Porque? Bem os estudantes ao terem de pagar o curso por inteiro, pensariam muito mais em que curso iriam se formar, iriam olhar para o mercado de trabalho e ver o que "tinha saída" a alocação do investimento seria muito mais racional.
O ensino privado também é financiado pelo estado, por isso privado puro e duro não existe nada.
Um jovem que não tire uma licenciatura é altamente prejudicado, primeiro em Portugal existe a mania que todos temos de ser doutores e que um canudo é sinónimo de competência e muitas vezes o salário é dado em função do titulo e não do mérito (situação esta que esta a alterar-se, um aspecto positivo da crise), segundo este se conseguir emprego vai estar a pagar para outros tirarem um curso que maioria não serve ao mercado de trabalho e depois emigram estando este a financiar o desenvolvimento dos outros países, ou tem uma influencia na sociedade desproporcional ao que de facto prestam.
Mas nada será possível fazer com a constituição que temos, temo que com os media que temos e com o agravamento da crise que penso vir acontecer e se esta perdurar muito tempo, corremos o risco de socialismo puro e duro, talvez mesmo o comunismo de tomar conta disto tudo.
Porque? porque este prometem o céu na terra, que o Estado dá, que tiram aos demónios do capital, etc...
Não interessa que seja verdade, hoje vivemos numa sociedade socialista e toda a gente na tv lhe chama capitalismo selvagem, nunca existiu tanta regulação como hoje, e vemos os gritos de mais regulação.
PS- se não sairmos do Euro penso ser dificil isto acontecer
As nossas propinas em relação ao rendimento medio são muito inferiores às dos outros países, nomeadamente Inglaterra ou não? Pelo que ouvi enquanto estudante, o estado gastava poucos milhares de euros com cada estudante na universidade (não tenho dados, apenas o que ouvi). Mas parece-me muito.
A mim faz-me confusão as diferenças de despesas das universidades. Bem sei que têm dimensões diferentes mas...
Porquê cortar tanto em enfermagem como o anonimo diz? Em Lisboa a sua despesa nem a 10% chega da despesa da universidade tecnica! E no porto é pouco mais de 5% da despesa da universidade do Porto. Não são precisos tantos enfermeiros? Talvez não. E são precisos tantos gestores? Duvido, e eu sou um deles.
Isto para mim funciona como na despesa total do estado, temos de começar a atacar os bolos grandes, porque se atacarmos os pequenos causa muito ruido e não tem grandes resultados praticos. Por isso era ver a despesa inutil das grandes universidades primeiro.
E há que explicar os 852 Milhões na fantastica rubrica de serviços gerais, estudos, coordenação (!!??)
Para mim o quadro do vivendi diz tudo, temos 11,5 universidades por 1 milhão de habitantes, contra 5 de frança, 2,8 do Reino unido e 2,2 em Espanha. E temos apenas 30% de população com ensino secundário.
Não bate certo.
"...apenas 30% da população com pelo menos ensino secundário completo..."
Caro Manuel Galvão, confesso-te que não tenho grande hipótese de aprofundar muito mais esta questão.
Dei os números "puros e duros" para todos sabermos quanto custa cada universidade e cada politécnico.
As minhas considerações sobre este assunto:
- Enfermagem e educação são cursos superiores que devem ser radicalmente cortados. Ficariam apenas as escolas suficientes para assegurar as necessidades de reciclagem dos aposentados e da redução efetiva da natalidade no caso dos professores.
- Todas as faculdades e politécnicos que sirvam zonas ou comunidades maioritariamente de serviços (Lx, Vale do Tejo, todo o interior e sul do Tejo) devem ver os cursos que promovem profissões terciárias cortadas. Deve-se dar prevalência ao setor primário e secundário.
- A UNL e a UTL devem fundir-se para continuar a receber dinheiro do Estado ou então tornam-se totalmente privadas, já que prestam serviços relevantes às empresas e conseguem obter receitas mais facilmente.
A continuar com dinheiros públicos, os pólos de engenharia (IST e Caparica) devem ser um só: Ou se esvazia o IST na Av Roma ou se esvazia a Caparica. São escolas MUITO caras por causa dos laboratórios que possuem. Tem que haver economia de escala.
- A existência da Univ. de Aveiro coloca-me muitas reservas, a não ser que se privatize. Está a 30 min do Porto e a 30 min de Coimbra. Acredito que a univ. e polit. Porto + univ e polit. de Coimbra consigam acomodar esta instituição.
- Cávado e Vale do Ave + Viana do Castelo seriam para encerrar. Póvoa de Lanhoso e Viana estão muito perto de Braga (20 a 30 minutos) minutos)
- Viseu e Guarda: ou um ou outro: talvez manter Viseu, já que Guarda está muito perto da UBI na Covilhã.
- Castelo Branco e Portalegre: um ou outro. não tenho opinião. Castelo branco está muito perto da UBI e Portalegre muito perto de Évora.
Em Beja ficaria Agronomia, talvez Gestão, e pouco mais.
- Em Santarém só ficaria agronomia e engenharia, Leiria manter-se-ia mas eliminando a escola superior de educação
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