Tivemos conhecimento recentemente de que as empresas do setor do calçado estão a ganhar vigor nas exportações recorrendo a um expediente:
Vendem a crédito em vez de recorrerem ao recebimento antes da emissão da encomenda.
Não temos nada contra esta opção, contudo, como em tudo na vida, o meu passivo é o teu ativo, ou seja, transferir risco do lado do comprador para o lado do vendedor pode tornar-se uma dor de cabeça na posterior cobrança.
Da nossa experiência (que é pouca), há uma cultura internacional muito forte na venda contra pagamento, ou seja, não sai nada do armazém sem o dinheiro estar do lado de cá.
Por outro lado, é importante perceber se as indústrias portuguesas que concedem esta graça comercial possuem "arcaboiço" financeiro para o fazer.
Vão elas buscar o dinheiro aos resultados acumulados da empresa ou recorrem ao expediente do costume: Pedir dinheiro emprestado ao banco.
Acerca da primeira hipótese nada temos a objetar, na medida em que o empresário conscientemente abdica dis resultados para investir na sustentabilidade da empresa.
Se recorrer ao crédito, ou recorrendo à banca privada ou a programas estatais tipo PME Invest, não esquecer que os juros e o capital são para amortizar, e não para perdurar no balanço da empresa ad eternum, recorrendo a dívida nova para liquidar dívida velha.
Tiago Mestre
1 comentário:
Aqui vai um artigo do Público que pode ser útil para aprofundar a questão levantada no post: http://www.ctcp.pt/docs/documentos/Sapatos_Publico17092012.pdf
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