Com a inconstitucionalidade da suspensão do 13º e 14º mês, presumimos que o governo terá que refazer as contas da sua despesa para 2013 e anos subsequentes.
Passos Coelho já disse que se pode dar a volta à inconstitucionalidade estendendo os cortes dos subsídios aos restantes trabalhadores, nomeadamente do privado.
Esta medida, considerada como um imposto especial a todos os trabalhadores, à semelhança do corte de 50% no subsídios de Natal em 2011, fará com que mais receita de IRS entre no Estado, mas como a população perderá poder de compra haverá quebra nas receitas dos impostos indiretos: IVA, ISP, IA, etc.
Este é mais um golpe para o governo e para a tentativa que este tentou aplicar no terreno de alguma austeridadezinha.
Se o corte nos subsídios de estender a todos os trabalhadores em 2013, o eleitorado não lhe perdoará porque as medidas tomadas foram erradas, não produziram os resultados desejados e ainda por cima são inconstitucionais. Aaucch!
Parece-nos que o processo de correção das contas públicas entrou em total queda livre, fenómeno que em muito nos entristece.
A dívida continuará a aumentar forte e feio porque continuará a haver necessidade de mais financiamento e porque o juro médio do stock de dívida tem vindo a aumentar nos últimos tempos.
Défices de 6-7% significam 10-12 mil milhões de euros que é preciso acrescentar à dívida, ano após ano.
A continuar assim, em 2015 teremos 230 mil milhões de dívida e um PIB estimado de 160 mil milhões.
Dá um rácio de endividamento de 143% do PIB, próximo da Grécia, e com este número não haverá ninguém no mundo a querer-nos emprestar um cêntimo a taxas de juro de jeito.
Tiago Mestre
6 comentários:
Oportunidade de ouro, podiam avançar com o despedimento na função publica.
Agora sobre o que escreves, a divida não vai continuar a aumentar assim tanto, esta loucura vai acabar mais cedo ou mais tarde.
A inflação vem ai, os que hoje dizem que não é problema, vão ser os primeiros a dizer o que se deve fazer para a controlar,
Os politicos conseguiram o que pretendiam, viciar a sociedade, o medo é tal, que alguem que fale em cortar salarios, cortar regalias, direitos, etc... é logo apelidado de fascista.
Mas o que serve de consolo é que a Realidade não perdoa, e mais cedo ou mais tarde, it´s going to put its ugly head out
Segunda-feira haverá mais uma machadada em todo o sistema: A Grécia informará os ministros das finanças da zona euro de que tanto as receitas como as despesas estão totalmente fora de controlo.
O défice e a recessão seguem a sua marcha imparável.
Para despedirem em Portugal sem terem que indemnizar (muito), terão que mudar a constituição. Mas como? Arranjar 3/4 no parlamento não é pêra-doce.
Se ainda fosse para "dar" dinheiro à alta, agora para tirar, tá quieto
Desta vez não posso concordar com vocês.
Despedimento na função publica é possível e tem vindo a ser praticado com bastante fervor, os contratados estão a ser despedidos e nem sequer lhes têm pago as indemnizações a que têm direito.
Esta medida foi demagógica e uma tentativa de atirar o barro à parede como viram que não surtiu nenhum efeito lá pediram ao TC que fizesse um jeito ao Governo.Até porque não pagamos os subsídios, mas alguém ficou com ele e o défice lá continuou a subir
Tudo o que envolva redução de salários e despedimentos, sem primeiro verificar "instituições públicas, serviços públicos, direcções-gerais, repartições, institutos públicos, observatórios, comissões, fundações, gabinetes, etc… tudo pendurado no Orçamento do Estado, e admito que muito do que aí está pode ser reduzido ou até eliminado", (Miguel Cadilhe http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=24&did=69078) Não passa de pura demagogia.
Precisamos de medidas estruturais não de papagaios que estão sempre a virar portugueses contra portugueses e assim perpetuam os seus interesses.
O único ministro que está a fazer alguma coisa e sem precisar de grandes mudanças estruturais é o ministro da Saúde.
Quanto aos 1000 milhões que seriam necessários:
http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO051470.html só aqui são 615,9 milhões (por falta de estrutura para cobrar impostos!!!!) juntem as fraudes do ministério da saúde e facilmente chegamos lá.
Quanto ao resto neste momento já atingimos e passámos o ponto de não retorno a única coisa que nos resta é imprimir à maluca como o resto do mundo está a fazer só alguns países é pensam que estão blindados, o que é mentira porque a sua blindagem já foi à muito comida pelos outros por isso toca a imprimir.
O verdadeiro problema é neste momento não estarmos ainda nivelados, quando estivermos logo se verá.
Se isto é bom? Não, não é, mas é o que temos e não podemos fugir ao que temos
Os que não são despedidos são os do Quadro.
Por exemplo na Educação apenas se corta nos contratados, estes que trabalham mais horas e por menos dinheiro, os do quadro nem se toca.
Não é questão de virar os Portugueses uns contra os outros, mas sim virar os portugueses contra os politicos,
A recessão é inevitável e positiva, há que expurgar a economia, temos uma economia disfuncional, assente em serviços, praticamente não produzimos nada.
Porque é que se haverá de manter empregos que não tem viabilidade economica? porque deve o estado, o monopolista da violencia, continuar a manter empregos de uns em detrimento de outros?
A realidade é simples, planeamento central nao resulta, (insanidade como dizia o Einstein, já se tinha visto na URSS, mas continuou se a ir por aí), e a um problema de divida resolver lo com mais divida é fastástico (definição de estupidez é mesmo esta).
A impressão só vai agravar os problemas, os Media vendem um peixe que lhes interessa, não dizem a verdade.
O ministro da saude é bom?? sinceramente é fraco.
Vamos ver, o Estado contratualiza com uma empresa um serviço, este é prestado custa X, o estado faz calote e não paga, a empresa anda la a ver se recebe, e vem este ministro e diz, bem devemos há 2anos, então se quer receber tem de fazer um desconto de 15% sobre o preço da factura. Bem a empresa é enganada, já entregou o IVA sobre o preço total, e se quer receber leva um corte de 15% mais o IVA que entregou a mais.
Este é o planeador central por excelencia, os preços dos medicamentos são tabelados, que interessa o price discovery.
O gajo é demagogo, a polémica dos enfermeiros, foi logo dizer que se ia analisar, e mais nao sei o que.
Bem o gajo não tem que meter o bedelho, se houve enfermeiros que aceitaram é porque era o que lhes maximizava o seu bem estar.
A empresa tinha duas formas de lidar com a situação, se nenhum dos enfermeiros aceita se esta teria de aumentar o salario oferecido, senao teria de renunciar ao contrato.
Interessante que ninguem ficou revoltado por ser a recibos verdes e o estado levar metade do que a pessoa recebe, para salarios de 600€.
Hipocrisia total, socialismo a maioria a querer viver nas costas da minoria
Eu não disse que o Ministro da Saúde é bom, disse que faz alguma coisa (é diferente).
Também não disse que não aos despedimentos na F.P. .
Era necessário começar primeiro por outros sítios e não por despedimentos que têm existido e não estão a levar a nenhum lado. Aliás se já geriu uma empresa sabe a partir do momento que começa a cortar e despedir já não tem volta a dar. Para que despedir e cortar salários quando isto representa uma parte do todo e não o todo (falamos de pessoas), devemos sempre começar por outros factores.
Se a preocupação que exibo pelas pessoas (porque eu sou uma) é ser socialista então sou socialista.
Não sou funcionário publico, não tenho preferência por nenhum partido seja à esquerda, seja à direita.
Em relação aos descontos só tenho que concordar, toda a gente sabe como é que os negócios na saúde e noutros serviços públicos são feitos, num negocio de 1000 duzentos saem em comissões para alguém, é o tal desconto.
Como o sistema de justiça não funciona esta até é a melhor forma de recuperar algum.
As empresas não são enganadas porque sempre tiveram e concordaram em ter negócios com estes requisitos.quem anda a chuva molha-se!
Isto de falar constantemente em números e dividas e tal não pode toldar o raciocínio de quem precisa de comer.
A imoralidade disto tudo é que apesar de termos soluções (várias e de maneiras diferentes) para uma vida melhor, mesmo que quiséssemos não as conseguiríamos implementar porque não há nada que faça parar o decorrer destes eventos, nem Alemanha nem países do norte, nem China, nada.
Acompanhei essa história do Ministro da Saúde a propósito de exigir desconto para que se liquidem as faturas, e mais, se se recordam, houve uma farmacêutica que suspendeu o fornecimento de alguns medicamentos por falta de pagamentos do Estado, e 1 ou 2 dias depois o ministro veio dizer que estava a finalizar um plano de pagamentos para liquidar as dívidas às farmacêuticas e que iria ter em consideração esta "decisão" desta farmacêutica.
Como?
Quem é decente e sério é penalizado, e quem dança o tango da imoralidade do governo pode ser beneficiado. Caiu-me muito mal esta reação porque demonstra, mais uma vez, a falta de ética e por arrasto a falta de liderança.
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