18 de julho de 2012

Ben Bernanke inspirou-se ontem (e bem) em Mario Draghi

Ben Bernanke voltou a adiar o que muitos imploravam: mais estímulos à economia americana.

Não sabemos bem os motivos: há quem diga que é para forçar os políticos a fazer qq coisa, ou então Ben já começa a chegar à conclusão que estimular já não tem o impacto de outrora.

Para os pupilos do sr. Ben, esta é uma desagradável surpresa. A paciência está a esgotar-se, mas esta é uma reação natural do filho que está habituado a obter o que deseja do pai até ao dia em que o pai diz NÃO.

Para os opositores das políticas expansionistas de Ben, esta é uma boa notícia, ou pelos menos um princípio de qualquer coisa de diferente.

Da mesma forma que elogiámos Draghi há um mês quando este se recusou a comprar mais dívida europeia quando todos imploravam para tal, também Bernanke merece o nosso apreço por não ir na conversa dos seus pupilos e refletir melhor sobre o que está realmente a acontecer.

Nunca é tarde para os políticos recuarem nas suas políticas e reconhecerem os erros. Mesmo que passem vergonhas, sejam demitidos e até provoquem alteração no status quo de milhões de cidadãos, poderão sempre viver de consciência tranquila e defender a maneira certa de fazer as coisas.

Há sempre um fim em tudo o que fazemos, nas profissões, nos relacionamentos e até mesmo com a nossa própria vida. A diferença reside na forma como cada um de nós abraça esse mesmo fim:
De pé,
Ou de joelhos.

Cada um que escolha

Tiago Mestre

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá Tiago,

Mas não estará este senhor ao serviços dos fundos de investimentos americanos? Sei que soa a teoria de conspiração mas não há fumo sem fogo.

"anónimo"

Tiago Mestre disse...

Numa análise simplista, Ben Bernanke deve obediência aos acionistas da Reserva Federal. Esta instituição é privada, detida por centenas bancos, através das suas sucursais, sendo a mais conhecida a Federal Reserve of New York.
Timothy Geithner, atual secretário de estado do tesouro de Obama, era presidente desta instituição.

É a estes a quem Ben deve responder.

Mas como o FED é totalmente politizado, Ben também tem servido os interesses do Estado, comprando obrigações às pazadas para manter os juros baixos, baixando taxas de juro para estimular a economia e adquirindo ativos tóxicos aos bancos seus associados para que a economia não se ressinta ainda mais.

Basicamente o homem está ao serviço de muitos grupos de interesses, entre eles os fundos de investimento, com certeza.

Quem é que não quer ter acesso à máquina de fazer notas?