6 de julho de 2012

Segunda-feira que vem pode ser um dia feio

Com os estímulos que se efetivaram ontem, tanto pelo CBE como pelos Bancos da Inglaterra e da China, e pelo good hype que ainda reside nas cabeças de alguns políticos sobre as "conclusões" da cimeira de há uma semana, parece-nos que não foi preparado nenhum plano de contingência pela UE caso esta sexta-feira e o fim de semana se tornem muito quentes.
A julgar pela queda nas bolsas de hoje, pelas afirmações incendiárias de alguns líderes políticos e pela total ineficácia psicológica dos estímulos ontem sugeridos, parece-nos que a coisa irá mesmo aquecer.

Recordem-se que acerca das "conclusões" da cimeira, quase tudo continua em banho maria, com contradições permanentes e para agravar a situação, a troika não entregou o relatório ao ECOFIN acerca da situação da banca espanhola, obrigando a adiar a aprovação do ESM só lá para meados de Julho.


Se o dia começar mesmo mal, só mesmo a reunião do ECOFIN é que poderá tentar minimizar os danos, e como? Criando a espectativa na comunicação social de que será produzida uma declaração bombástica (sem qualquer aderência à realidade) ao final do dia na conferência de imprensa. Se a notícia vier do FT Deutschand ou do Guardian (os mouthpieces do regime) ali antes da uma da tarde, já sabem.

Nos Estados Unidos soube-se hoje que o Non Farm Payroll, ficou-se pelos 88 mil, abaixo da espectativa de 100 mil. É uma notícia má, mas não suficientemente má para que a Reserva Federal seja obrigada a intervir. Portanto, do outro lado do Atlântico também não haverá grande ajuda.

Mario Monti fez tudo para evitar há uma semana uma segunda-feira negra. Se conseguir adiá-la por 7 dias que seja já não será nada mau.

Tiago Mestre

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