Caros leitores e leitoras, com a morte de José Hermano Saraiva, é indiscutível que perdemos um historiador que (ainda) cativava qualquer coisa.
A história portuguesa poderá atravessar agora um período de ainda maior amnésia na consciência dos portugueses, mas paciência.
José Hermano Saraiva não era só historiador.
Formou-se em ciências jurídicas e em ciências histórico-filosóficas, há 70 anos aproximadamente. Era portanto um advogado, tendo uma queda para a educação. Foi reitor de um liceu em Lisboa, mas como tinha o bichinho da política, envolveu-se nos meandros do Estado Novo. Foi deputado e ascendeu a Ministro da Educação.
Foi portanto um ministro de Marcello Caetano, do regime ditatorial do Estado Novo, e para aqueles que agora vivem no poder da democracia e que tanto anátema lançaram sobre o regime anterior, não nos parece nada coerente que elogiem a carreira de (apenas) historiador do professor Saraiva.
Não se façam de esquecidos do passado deste senhor, e acima de tudo, não façam os portugueses esquecerem-se de que gente com qualidade intelectual e pessoal passou pela cadeira do poder do Estado novo.
Veiga Simão, Adriano Moreira, Freitas do Amaral, Mota Amaral, Francisco Balsemão, Pedro Feytor Pinto e muitos outros eram já individualidades relevantes nos meandros do poder do Estado Novo, o tal regime fascista "diabólico" que nos governava desde 28 de Maio de 1926.
Tiago Mestre
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