Quem ouve e vê Luis Amado falar no programa Olhos nos Olhos sobre os méritos e desafios da União Europeia, parece que vivemos no país da Alice das Maravilhas.
Federalismo, União de bancos, Eurobonds, cedência de soberania - tudo soluções políticas ao alcance dos nossos ilustres líderes europeus.
Aliás, à boa maneira Barrosista, são estes novos "desafios" que nos obrigarão a decidir e nos tornarão mais fortes enquanto união política e económica.
Até parece que os povos são todos iguais e a classe política é tudo gente capaz.
Mas o medo de Amado é um medo realista:
Se a União Europeia se desagrega, será a desordem e caos neste continente. Os Balcãs ainda estão em paz apenas e só devido à espectativa de adesão à UE. Fora isso, é tudo outra vez à bulha.
Voltar atrás neste mega projeto europeu traduzir-se-á em grandes convulsões sociais. Ou seja, pior do que continuar, é querer recuar. Esta é a definição de um projeto insustentável.
Os líderes deixaram-se enfiar numa camisa de forças, e o MEDO de voltar atrás pede que se avance ainda mais para a frente. Foi isto que Merkel sentiu quinta feira à noite e não conseguiu superar. Ela viu o abismo, a desagregação, o caos, e fechou os olhos.
Todos gostam de ser os salvadores, e ninguém as ovelhas ranhosas.
Mario Monti deve ter sido preponderante neste "fecha-olhos" de Merkel.
A Europa de hoje numa imagem:
A elite política puxa pela carroça, mas lá dentro temos os vários povos europeus a arrastar os pés.
Tiago Mestre
1 comentário:
Estamos em sintonia. Destacaste o projeto europeu e eu o protecionismo.
A Europa tem de apelar ao discernimento.
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