27 de julho de 2012

BCP cheira-nos... mal, claro!

Escrevemos o seguinte a 16 de Maio, sobre o BCP e o equilibrismo que fez durante uns tempos na barreira dos 10 cêntimos:

"Já há muito investidor a perceber que mais más notícias virão do lado do setor bancário este ano. Ninguém quer ficar sentado a ver a sua riqueza esfumar-se.
O fracasso do LTRO, o aumento dos juros soberanos, as quebras na rentabilidade e no volume dos empréstimos da habitação, a delinquência no crédito já concedido, a conjuntura global e razões outras que desconhecemos obrigarão os bancos a reportar prejuízos novamente em 2012.
É o que nos cheira!!"


O cheiro não saiu assim tão ao lado:








Com este gráfico ficamos a perceber que a barreira dos 10 cêntimos colou-se às ações do BCP a partir de Abril de 2012, três meses e pouco antes da apresentação oficial dos resultados do semestre.


Ainda chegou a cheirar os 10 cêntimos em Novembro de 2011, mas o efeito LTRO adiou esse reencontro para 5 meses mais tarde.

Tanto em Novembro 2011 como em Abril 2012 já "muita gente" sabia que os resultados não iriam ser famosos, e toca de vender. Quem não está por dentro da marosca julgou que a oportunidade era boa e fartou-se de perder dinheiro, já que normalmente o pensamento da malta é este:


" 20 cêntimos ? Não, mais baixo do que isto já não pode ir. Vou comprar."
" 15 cêntimos ? ... "
" 10 cêntimos ? ... "

E pronto, perdeu-se uma grande oportunidade para ficar quieto.


Basicamente, foi em Abril que se formou o preço final das ações do BCP que viria a reproduzir os resultados do banco 3 meses depois.


Jogar na bolsa só funciona para os pequenos investidores quando o sentimento é de loucura na compra, como foi em 1999 e 2006. Aí todos ganham.

Quando entramos no declínio, só quem sabe dos meandros é que pode ganhar no jogo das subidas e descidas, tipo jogo do gato e do rato. É preciso muito cuidado, mesmo..


Tiago Mestre

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