Caros leitores e leitoras, com a cortesia do site ZeroHedge mostramos um gráfico abaixo que nos indica as taxas de juro praticadas no mercado secundário para as obrigações do fundo (EFSF) que financia Portugal, Irlanda e a Grécia.
O gráfico mostra de forma contundente que a linha preta que representa a curva dos juros do EFSF atingiu os 4% na maturidade a 10 anos.. Há muito pouco tempo o EFSF conseguia financiar-se a 3% ou menos na mesma maturidade.
Esta subida reflecte a desconfiança que os investidores têm vindo a demonstrar no "produto financeiro" criado pela UE que se chama EFSF. É que toda a gente sabe que estes empréstimos são para financiar dívidas problemáticas e são garantidos pelos países "ricos" da UE que possuem notação AAA mas que têm vindo a perder credibilidade junto dos mercados. Tanto a França como a Áustria e a Bélgica estão a ser ameaçadas de descida de notação pelas agências de notação financeira, criando ainda mais pressão na Alemanha. A prova disso mesmo foi a falta de investidores no leilão que a Alemanha realizou na semana que passou.
O EFSF poderá tentar contornar este agravamento das taxas de juro emitindo dívida com maturidades mais curtas. Mas as consequências desta decisão significam que terá que ir ao mercado mais vezes fazer o rollover da dívida e dará um péssimo sinal aos mercados de que está a tentar esquivar-se das altas taxas de juro. Os mercados serão impiedosos com este tipo de esquemas.
Tudo isto são más notícias para Portugal, já que se as condições do EFSF se agravarem, os juros que Portugal terá que pagar serão superiores ao que estava estipulado com a troika, colocando ainda mais dificuldades na execução do orçamento do Estado para os próximos anos. É importante todos percebermos que se Portugal ficar "à deriva", sem crédito, nesse mesmo mês haverá muitos salários públicos que não serão pagos, e por arrasto, muitos no privado. Portugal encontrar-se-á finalmente com a sua verdade, doa a quem doer.
Tiago Mestre
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