27 de novembro de 2011

FMI prepara uma mega-ajuda à Itália (Parte 1)

Caros leitores e leitoras, pelos vistos ainda temos mais uma instituição que está disposta a pedir emprestado a "alguém" para poder emprestar muito dinheiro à Itália: o Fundo Monetário Internacional.

Segundo uma notícia na edição online do jornal Expresso, o FMI prepara-se para arranjar umas centenas de milhares de milhões de euros para acudir à aflita Itália.

Mais uma vez entramos nesta espiral de criar dívida para liquidar dívida. O FMI terá que pedir emprestado aos seus sócios: os maiores bancos privados mundiais e os países que contribuem para o Fundo, para depois entregar à Itália a uma taxa de juro mais elevada para que ganhem algum dinheiro com o processo. Como a "malta" está à rasca para arranjar dinheiro, parece-me que este é mais um mecanismo indirecto para envolver a Reserva Federal na impressão de dinheiro à escala mundial, fazendo by-pass à relutância alemã em permitir que o BCE imprima euros indiscriminadamente.

Recordamos que em Outubro de 2008 a Reserva Federal e o Congresso norte-americano actuaram desta forma, através da lei TARP (Trouble Assets Relief Program), em que foram concedidos empréstimos ilimitados a instituições financeiras e foram adquiridos investimentos tóxicos que essas mesmas instituições possuíam nos seus activos, transitando esse lixo "tóxico" do sector privado para os contribuintes americanos. Bancos gigantes europeus como o Barclays ou o Deustsche Bank foram resgatados com estes dólares impressos à pressa.

Sendo os Estados Unidos o maior contribuinte do FMI, e estando este país à beira de um ataque de nervos com a sua economia rastejante e as suas dívidas e défices galopantes, duvidamos que o eleitorado americano aprove decisões "tão mãos largas" como esta.

Aguardamos mais detalhes sobre esta notícia, que mais uma vez comprova o desespero da liderança política mundial em "arranjar" uma solução provisória para salvar o dia.

Mesmo que o FMI reúna os capitais necessários, algo que nós duvidamos, uma solução destas comprará apenas alguns meses à classe política europeia, pouco mais.

Ou então tudo isto não passa de uma "plantação" de uma notícia para acalmar os mercados, já que os países europeus irão pedir uma quantidade enorme de dinheiro aos investidores esta semana, e se eles não estiverem do lado de lá do leilão, poderemos assistir já esta semana a algo de catastrófico no projecto da moeda única europeia.

Tiago Mestre

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