26 de novembro de 2011

Ó euro, pagas-me as dívidas?

Caros leitores e leitoras, à excepção de um encontro entre Sarkozy, Merkel e Monti em Estrasburgo nesta semana, a liderança europeia perdeu totalmente "o pio". Perante o descalabro das obrigações belgas, austríacas, espanholas alemãs e italianas, que no prazo de 10 anos já ultrapassaram uma taxa de juro de 8%!, a liderança europeia pouco fala para "acalmar" os mercados. Já percebeu que pregar no deserto de nada adianta.

O silêncio reflecte o desespero e a incapacidade dos líderes europeus. Eles sempre foram incapazes, mas o tempo ainda os ia ajudando. Caso consigam convencer a Sra. Merkel para imprimir mais euros, comprarão apenas mais alguns meses, apenas isso, até o euro ficar morto e bem enterrado.

É preciso recordar que nas últimas décadas os políticos apaixonaram-se pela distribuição de dinheiro... dos contribuintes. Mas como não era suficiente para os seus desejos, pediram emprestado para distribuir ainda mais dinheiro pela sociedade. O dinheiro esgotou-se mas a dívida ficou e como não há dinheiro para a pagar, vamos espoliar o último recurso que ainda existe: a moeda euro. Imprimir significa isto mesmo: esvaziar o último bastião de riqueza que ainda existe.

A Europa exige aos mesmos políticos que se apaixonaram pelo dinheiro fácil para que adoptem políticas que são exactamente a sua antítese. Não cremos que tal seja possível, e suspeitamos que a "teimosia" da senhora Merkel em não permitir a impressão tenha os dias contados. A Sra. Merkel acabará por ceder, porque é da natureza dos políticos fazerem cedências já que a sua ascensão nos partidos faz-se dessa forma, mesmo num país como a Alemanha.

Aqui no Contas é nosso profundo desejo que a classe política não ceda à tentação de carregar nas teclas "Ctrl-P", mas o coro de vozes que hoje se levanta para recorrer à impressão é muito grande, indo ao encontro dos nossos piores receios.

E já agora, quando se carrega muitas vezes nas teclas "Ctrl-P" acontece isto:



Tiago Mestre

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