14 de novembro de 2011

BCE - Banco "mãos largas", mas com "bolsos vazios" (Parte5)

Caros leitores e leitoras, aqui no Contas temos dado bastante atenção a ideologias "baratas" que alguns políticos não se cansam de referir, na tentativa de refutá-las e esclarecer melhor os leitores.

A cabal esclarecimento da impressão ou não de moeda pelo BCE para salvar as dívidas problemáticas é da maior importância para nós, e para todos os apologistas desta opção política, temos mais dois gráficos para exemplificar como tal operação não é eficaz, cortesia do site zerohedge:


Neste gráfico fica bem evidente que a aquisição de dívida problemática pelo BCE não é de agora. O 3º trimestre de 2011 foi particularmente intenso na compra de obrigações, totalizando já 200 mil milhões de obrigações "tóxicas" no portfolio do BCE. Para aqueles que afirmam que o BCE deve adquirir dívida problemática para "salvar" os países já chegam tarde à festa, porque essa opção há muito que foi posta em prática e resultados... muito poucos, à excepção de que se vai adiando inevitável, um dia após o outro.


 Neste gráfico comparamos o balanço da Reserva Federal com o balanço do Banco Central Europeu. Aqui, mais uma vez verificamos que o BCE não tem sido tímido em aumentar o seu balanço. A Reserva Federal tomou a dianteira em 2008 com os múltiplos resgates que efectuou e sabemos que a economia e as contas públicas americanas continuam em muito má forma, bem pior do que antes de 2008.

Em conclusão: com políticas de impressão massiva de dinheiro não é possível afirmar que o défice baixa, que a dívida cai e que a economia e o emprego florescem. A realidade não nos transmite isso, bem antes pelo contrário, toda essa impressão de dinheiro serve para alimentar bancos de investimento que depois apostam na aquisição de petróleo, metais preciosos, metais para a indústria, bens alimentares, gerando a tal inflação que acabará por afectar o cidadão comum mais cedo ou mais tarde.

Tiago Mestre

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