13 de novembro de 2011

BCE - Banco "mãos largas", mas com "bolsos vazios" (Parte4)

Caros leitores e leitoras, é com desprazer que informamos que o clube dos "mãos largas" com "bolsos vazios" tem mais um membro: Dr. José Seguro.

Numa notícia da edição online do Diário Económico, Seguro afirma o seu apoio à impressão de moeda, sendo certo para este o único problema chama-se inflação, e portanto um aumento da inflação é um justo preço a pagar pelo "salvamento" de Portugal.

Infelizmente para Seguro, nem a inflação é coisa de menor importância nem a compra de dívida salvará um qualquer país. É pena que líderes com esta importância venham dizer estas coisas para o público, porque a ideologia é errada, as consequências da aplicação deste tipo de políticas também são erradas e imprime nas populações a ideia de que o BCE podia facilitar, dar um "jeitinho" a Portugal, mas só não o faz porque quer agradar à Sra. Merkel.

O plano infantil em que a discussão é colocada pelos políticos nos media sobre assuntos tão sérios e tão complexos é confrangedor, não beneficiando em nada o devido esclarecimento e trazendo mais ruído à discussão.

A verdade é que não existe um único caso na história dos países em que a impressão de moeda tenha resolvido os problemas estruturais de que padeciam. Não equilibra o orçamento nem reduz a dívida mas destrói a moeda, descredibiliza o país, retrai investimento, aumenta os preços de bens e energia e reduz o poder de compra. No fundo, a inflação é um imposto sobre as transacções, uma espécie de aumento "encapotado" do IVA.

Pedimos aos leitores que relativizem estas sugestões fáceis do líder do Partido Socialista. Os problemas que temos nunca se resolveriam com este passo de magia.

Tiago Mestre

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