Caros leitores e leitoras, o EFSF foi oficialmente chumbado pelos países a quem a Europa estendeu a mão a pedir ajuda na cimeira do G20 que se realizou.
Não é de estranhar. Várias vezes aqui no Contas abordámos as falhas que este Fundo tinha, tanto como instrumento financeiro altamente duvidoso como pouco credível em termos políticos. Toda a gente sabe que o Fundo servirá para financiar a dívida de países em quem o mercado não acredita, e as garantias dadas pelos países europeus com notação AAA não são suficientes para convencer os investidores. Além disso, o montante do fundo, que tentaram que fosse alavancado com instrumentos financeiros exóticos, é insuficiente para proteger uma dívida gigantesca como a italiana, por exemplo.
É que já ninguém acredita nas pseudo-soluções que saem das cimeiras europeias;
Já ninguém acredita nas sucessivas declarações cor-de-rosa dos líderes europeus;
Já ninguém acredita que a dívida italiana se possa auto-financiar, o que até é verdade se se analisar o ritmo de crescimento do PIB e o ritmo de crescimento da dívida;
Já ninguém acredita que as dívidas dos países europeus problemáticos são para honrar, como se percebeu com o pedido da UE aos credores para perdoarem 50% da dívida grega.
Não nos cansamos de referir aqui no Contas de que urge à UE pensar num plano de desintegração do projecto da moeda única e dum incumprimento generalizado das dívidas dos países europeus. O plano servirá apenas para evitar o pior, sendo que o mau já irá acontecer. É preciso encarar a realidade com "realismo" e deixarmo-nos de fantasias ou quimeras. A matemática diz-nos que é tarde demais para compor a situação, só nos resta agora evitar o pior.
Tiago Mestre
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