Julien Assange violou a lei norte-americana.
Todos sabiam na equipa do Wikileaks que expor conteúdos com esta reserva seria, não só ilegal, mas altamente embaraçoso para os EUA. O Inferno chegaria à sua porta mais cedo ou mais tarde.
Sobre a questão de violar leis, sejamos francos:
São os próprios políticos a quebrá-las em primeiro lugar, ou então, a alterá-las ou eliminá-las para que o caminho fique livre.
Que dizer da violação dos artigos 124º e 125º do Tratado de Lisboa?
Ou então acerca do mandato que a Reserva Federal possui mas que em múltiplas ocasiões exorbita das suas competências?
A lista é interminável.
Portanto, a questão não é tanto sobre ilegalidade, mas antes de embaraço dos políticos americanos para com o conteúdo dos telegramas e da facilidade com que tais informações foram obtidas.
As represálias não se esperaram, e como verdadeiras marionetas, a Suécia e a Inglaterra logo arranjaram expedientes para reter o indivíduo, tendo a Suécia chegado ao cúmulo de "arranjar" nesta altura (que coincidência) um suposto crime de abuso sexual por parte de Assanje.
Desconhecemos o que Assanje fez ou deixou de fazer, mas a coincidência parece tudo menos uma coincidência.
E para ridicularizar ainda mais o Ocidente e toda a sua política corrupta e manipuladora, mas que se afirma defensora das liberdades e da democracia, vem agora o Equador, parceiro da Venezuela e das suas "liberdades democráticas" garantir asilo político a Assanje.
Às vezes escreve-se direito por linhas tortas.
E já agora, que assuntos tão importantes e confidenciais foram revelados que poderiam colocar em causa a segurança dos EUA?
Nenhuns, ao ponto de tais revelações não terem tido qualquer impacto nas relações diplomáticas.
Só o ridículo e a frivolidade dos telegramas é que ficaram bem patentes à comunidade internacional.
Valerá a pena pagar a embaixadores e respetivo staff para contarem segredinhos sem importância nenhuma?
Tiago Mestre
1 comentário:
Concordo em absoluto.
O interessante é que o Vale e Azevedo foi condenado em Portugal, existe um mandato, um pedido de extradição (penso que já vai no 3), e este continua a passear como se nada se passa se.
Não vejo a Inglaterra muito preocupada com este caso, mais grave na minha opinião, não é suspeito de um crime, mas antes um condenado.
Em relação à wikileaks fez muito bem, o individuo não cometeu nenhuma infracção a não ser contra os estates.
Este país há muito que deixou de ser o que gostam de fazer crer nos filmes (para muita pena minha, sempre fui fã da sociedade americana)
Interessante é a Austrália nada dizer e nada fazer para defende um seu cidadão.
Mas Obama aprovou a lei que permite que um cidadão americano seja detido indefinidamente sem acusação formulada, se fazem isso a um Americano, o que farão a um não americano?
Enviar um comentário