30 de agosto de 2012

Austeridade às mijinhas

é sempe assim que começam as decisoes dificeis em Portugal:

Algo corre mal, ou pior do que o previsto, e so assim se começa a mexer naquilo que é verdadeiramente importante e que faz a diferença.

Tendo a execucao orcamental em 2012 derrapado fortemente face ao previsto, la se vai tentar mais alguma austeridadezinha:


Para os leitores do Contas, penso nao haver duvidas de que para atingir Défice ZERO urge mexer nas rubricas mais importantes, aquelas que tem mais peso na despesa do Estado.

O ESTADO SOCIAL é  essa rubrica, com um peso de 37 mil milhoes de euros de um total de 85, quintuplicando em valor a despesa imediatamente a seguir: os juros da divida, com 8 mil milhoes de euros.

Esta politica às " mijinhas", perdoem-nos o termo, nao é ma de todo porque até se vai fazendo qualquer coisa, mas peca por nao ser incisiva e eficaz.

Basicamente, aplicar medidas aos bocadinhos faz com que o povo antecipe essas mesmas medidas e atue profilaticamente (o que é uma coisa boa), nao dando hipotese ao governo de corrigir a despesa e consequentemente o defice.

A julgar pela sintese orcamental de Agosto, as despesas mantem-se face a 2011, mas as receitas dos impostos cairam 3 mil milhoes face ao previsto, o que nos leva a inferir que caso nao houvesse aumento de impostos para 2012, as receitas fiscais provavelmente estariam tambem abaixo do valor de 2011.

Moral da historia: o povo retraiu-se antes da "pancada" chegar, e o governo chegou atrasado à estaçao, tendo o comboio ja partido.

Politicas destas complexidade devem ser altamente ambiciosas (defice zero) e a realizar no menor espaco de tempo possivel, "atacando" os interesses que devem ser atacados de uma so vez.
é doloroso, sem duvida, mas a eficacia que subjaz a qualquer tomada de decisao nunca aparece sem esforco nem sem determinacao.

Tiago Mestre

2 comentários:

Paulo Monteiro Rosa disse...

Olá Tiago,

Com tribunais constitucionais é um pouco difícil. Deveriam ser extintos, mas...

Com interesses corporativos a minar as reformas e com bastante influência é difícil...

Existem 4 ou 5 grupos de pressão muito forte. E a elite portuguesa, de elite não tem nada...

Deixem o mercado livre funcionar. Mas a democracia deve ser para um povo que tenha pouco de estúpido. O Vivendi refere e muito bem, a cultura pimba dos portugueses que preferem a RTP que de serviço público não tem nada...

Abraço,
PMR

Manuel Galvão disse...

O Povo Português preferia não pagar taxa de televisão.