23 de agosto de 2012

É a Fadiga Fiscal



Aumentar receitas através do aumento de impostos foi o expediente utilizado na década de 2000 e na atual.

O objetivo era reduzir o défice.

Mas infelizmente no défice entra outra parcela: a despesa, e essa, caros leitores e leitoras, foi sempre crescendo, crescendo. Ou seja, o aumento de impostos realizado durante a década anterior serviu apenas para tentar acompanhar o aumento da despesa, e mesmo assim não foi suficiente.

Essa arma de aumentar impostos para escamutear o problema esgotou-se, e agora sobra apenas o corte da despesa.
À sociedade em geral, baixar despesa não interessa assim muito, ao Tribunal Constitucional também não, à oposição de esquerda também não, mas ei, temos uma novidade para vós: esgotaram-se as opções.

Quer queiram quer não, é na rúbrica da despesa aonde se intervirá única e exclusivamente daqui para a frente.

O PSD, ao não ter salvaguardado a alteração da Constituição como condição inicial para governar, vê-se agora num beco quase sem saída. Só a troika o tirará desse beco, obrigando o TC e a oposição a cederem nas suas ideologias e tomadas de posição.
É a vida.

Tiago Mestre

5 comentários:

André disse...

Se calhar só com a falência do Estado é que aprenderiam. Visto a incompetência do Governo para reduzir a despesa (e o último discurso de Passos Coelho foi extremamente preocupante, ele já mostrava ter pouca vontade para seguir a filosófia que dizia defender, e se se tornou mais estatista entretanto...) vale melhor reduzir já os impostos, cortarem-nos o financiamento e o Estado falir.

Nuno disse...

O que acho mais preocupante é o governo agora perder completamente a credibilidade, pois vai falhar a meta do défice, ao mesmo tempo que vai ter que pedir mais dinheiro em impostos aos portugueses (a única solução que tem para tentar resolver o problema). Quem é que vai voltar a acreditar que este governo vai conseguir equilibrar as contas? Este ano não podia falhar e falhou. É o fim.

Filipe Silva disse...

Mas alguem achava que estes conseguiriam equilibrar as contas?

Então do lado da despesa nada fazem, não tem coragem para atacar os lobbys.

Sem reduzir a despesa fortemente não há salvação possível, o Keynesianismo não funciona, a tentativa de suavizar a queda é um mito, que causa mais problemas do que soluciona.

O estado já faliu, só que as pessoas estão em negação, a fase seguinte será a aceitação, ver quanto tempo mais demora a lá chegar.

Mas sem queimar a constituição não há nada a fazer, porque o que é necessário é anti constitucional

Tiago Mestre disse...

Se os subsídios não tivessem sido cortados em 2012, e com esta derrapagem de 3 mil milhões na receita, o "buraco" ia nos 5 mil milhões.
A juntar aos 7,5 mil milhões de défice que estavam inscritos para 2012, o buraci já ia nos 12,5 mil milhões.

Conseguir um défice abaixo dos 10 mil milhões sem recorrer a aldrabices extraordinárias é hoje em Portugal uma autêntica quimera.

a troika que resolva o problema

Vivendi disse...

Venham as novas ordens de Berlim que com Coelho e Cª estamos conversados!