Escrevemos a 29 de Abril a propósito da decisão do tribunal de Portalegre em perdoar a dívida ao devedor caso este entregue a casa ao banco:
"3. Perigosa porque os bancos credores terão que se adaptar à potencial barragem de créditos delinquentes e imóveis que lhes espera, adoptando estratégias de sobrevivência como a subida de spreads a toda a gente ou a inserção de novas taxas de "gestão de conta" e demais extravagâncias administrativas. Paga o cumpridor pelo prevaricador."
Mais cedo ou mais tarde os bancos iriam adaptar-se a esta nova realidade, e com a falta de lucros que estamos a assistir neste tipo de empresas, todos os cêntimos contam:
Síntese histórica deste caso:
1ª manipulação estatal:
Juiz decide substituir-se aos contratos livremente assinados, criando jurisprudência.
Consequências no setor privado:
Bancos antecipam aumento de taxas e comissões para se precaverem da barragem de delinquentes que podem aparecer.
2ª manipulação estatal:
Banco de Portugal quer intervir nas margens das comissões dos bancos por considerar que os aumentos são abusivos.
Consequências no setor privado:
Aguardamos pela criatividade e engenho dos banqueiros e seus consultores.
3ª manipulação estatal:
Banco de Portugal interfere diretamente nas taxas e comissões, limitando tetos, valores máximos, etc, etc.
Mas que não restem dúvidas aos nossos leitores:
Quer concordemos ou não com a decisão do juiz, a consequência inevitável é que teremos os justos a pagar pelos pecadores.
É assim que ajudamos um país a empobrecer:
1. Retirando os estímulos a quem é honesto e sério
2. E reduzindo os sofrimentos a quem é imprudente
E tudo isto só pode resultar numa coisa:
Um aumento no comportamento dos segundos e uma escassez no comportamento dos primeiros.
Tiago Mestre
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