23 de abril de 2012

... sobre a incorporação da regra europeia dourada (Parte 3)

Oops, ontem foram os políticos holandeses a não se entenderem com a tal austeridade dourada assinada no papel.

Num mês tivemos:

1. Espanha com o alívio das metas do défice;
2. Itália com o adiamento por um ano das metas do défice;
3. Grécia a não cumprir qualquer meta imposta e renunciando desde já a fazê-lo no futuro;
4. Holanda a não querer implementar austeridade porque fragiliza o já de si "frágil" crescimento económico do país.

Quem se segue?
5. França? Caso Hollande vença a 2ª volta?

Sabíamos que o acordo não era para ser cumprido, mas ser desprezado desta forma tão "ordinária" até nos parece uma ofensa.

Quem diria que o que escrevemos aqui a 11 de Abril se revelaria de forma tão descarada poucos dias depois. É triste...

Tiago Mestre

5 comentários:

Vivendi disse...

Tiago,

Tratados podem-se rasgar a qualquer momento mas como é que a Alemanha vai agora livrar-se disto?


http://vivendi-pt.blogspot.com/2012/04/quadro-creditos-do-bundesbank-zona-euro.html

Tiago Mestre disse...

Vivendi, ando a tentar perceber isso mesmo.
Eles sabem que se algum país "pobre" sair da UE antes deles, eles é que ficam com as perdas.

Serão as ameaças da Grécia que farão perder a paciência à Alemanha?
Gostava de saber qual será o tipping point deles..

Da Grécia já sabemos o que esperar:

Continuar a chuchar na teta europeia e ridicularizar a UE e os políticos parolos europeus.

Filipe Silva disse...

Na minha modesta opinião a Alemanha está numa situação complicada, existe ainda muito ressentimento para com a Alemanha na Europa.

Se for ela a a primeira a sair o Euro estoira, e consequentemente a UE os restantes europeus, vão culpa la e iram existir muitas hostilidades para com os alemães.

Senão vejamos em todas as televisões todos dizem mal da Merkel, todos dizem que é Alemanha que esta a dar cabo do Euro, que quer austeridade, que o BCE é governado pelo Bundesbank, etc....

Não sou pró alemão nem contra, sinceramente acredito que os seres humanos são todos muito parecidos, tem determinadas nuances mas no core é tudo a mesma coisa.

Na 2GM cometeram enormes atrocidades, mas o interessante é verificar que para atrocidades cometidas pela esquerda já existe mais compreensão e até se fecha os olhos.
Senão vejamos um partido de extrema direita é visto como algo nocivo à sociedade, etc... mas um partido comunista e extrema esquerda é visto e tratado com boa press, tem sempre tempo de antena, e fizeram o mesmo ou pior que os de extrema direita (Mao, Estaline e companhia)
Eu não sou favorável nem a uns nem a outros.

O vivendi no seu blog transcreveu um artigo do instituto mises do brasil sobre a democracia deu me bastante que pensar, penso que o Tiago também iria achar interessante

Vivendi disse...

U.E.

Pelas minhas últimas leituras nas notícias internacionais, o que consegui perceber da estratégia da Alemanha é que:

Usaram a Orpa para a banca de cada país financiar a dívida pública dos seus países.

A banca alemã continua a ganhar tempo neste processo para desalavancar da dívida pública dos países periféricos.

E há por aí um consenso que tem de ser um outro país que não a Alemanha a por em causa o €. Parece que vai ser a Grécia.

Portugal:

A confusão cada vez mais instalada vem daqui:

O Índice de Desenvolvimento Humano é calculado pela ONU há mais de 3 décadas. Em 1975, no final da longa noite fascista e no alvorecer da democracia, Portugal era o 23.º país com melhor índice. Trinta anos de Estado Social depois, em 2005, era o 29.º. Trinta e cinco anos de Estado Social depois, em 2010, era o 40.º

O que é engraçado é que se chega cada vez mais a conclusão que Salazar era mais “liberal” e ao mesmo tempo mais “socialista” que muitos que por aí andam!

Ter os indicadores económicos e acumulação de ouro era o sonho de um qualquer liberal e uma escola em cada aldeia o sonho de um qualquer socialista, tudo isto Salazar conseguiu.

Tiago Mestre disse...

Vou publicar amanhã as contas de 1973, 1974 e 1975, dia da liberdade