Fonte: Livecharts.co.uk
Pelo gráfico acima percebe-se que o preço do petróleo manteve-se acima dos 100 dólares durante um ano inteiro, fenómeno nunca antes registado na história deste bem tão essencial para a nossa economia.
Entre Fevereiro e Julho de 2011 não foi difícil perceber a escalada do preço: conflitos no Médio Oriente e no Norte de África.
Mas desde Agosto que assistimos a um enorme frenesim nos mercados financeiros e um avolumar do stresse nas economias ocidentais. Em condições "normais" o preço já deveria ter descido bastante, mas tal não aconteceu.
Assistimos hoje a uma escalada da tensão entre Irão e países ocidentais que nos parece totalmente desproporcionada. A sensação que fica é que o Irão não possui nem de perto nem de longe tudo aquilo que decreta para a comunicação social do ocidente. A juntar à festa temos os generais americanos, sempre à procura de motivos para justificar o ordenado, a Agência Internacional de Energia Atómica e as novas pseudo-sanções que a União europeia quer impor.
Não compreendendo nós a cultura islâmica por falta de estudo nosso, podemos perceber pelo menos que há dezenas de anos que toda aquela região tem sido palco de guerras e conflitos patrocinados por países ocidentais ou parecidos, que não querem a guerra dentro das suas fronteiras - é preferível lutar pela sua ideologia e interesses na terra dos outros. O Irão tem petróleo e pouco mais. A população é pobre, à excepção de algumas bolsas dentro dos centros urbanos. Inclusivamente necessitam de importar gasóleo e gasolina porque nem possuem as infraestruturas suficientes para refinar o seu próprio petróleo. Ou seja, é um país totalmente dependente das relações com parceiros externos, e como potência de país, pouca força possui.
Contudo, em certas alturas, sobretudo quando se sentem provocados por "ameaças" externas, querem mostrar um ar da sua graça e dizer ao planeta que também são importantes no contexto geo-político global, e a bomba atómica é uma óptima estratégia de marketing para captar atenção mediática
O Irão é ameaçado pelos seus próprios vizinhos, como o Iraque (colonizado pelos EUA), o Paquistão e Israel (colonizados pelos EUA e ambos com bomba atómica), Afeganistão (outra colónia recente dos EUA) e os EUA propriamente ditos, com todo o seu arsenal militar a rondar as águas das praias iranianas.
Quer dizer, é difícil não se sentir provocado com toda esta presença imperialista americana à sua volta.
O que nos parece é que o Irão sente-se cada vez mais provocado e por isso acelera o programa nuclear; os EUA não se conformam com o avanço iraniano e mais pressão colocam à sua volta, e assim a escalada sobe, sobe, e sobe.
Algum dia saltará a tampa ao Irão, como aconteceu em Dezembro de 1941 com o ataque a Pearl Harbor, Havai, pelo Japão, na sequência das várias ameaças e provocações que os EUA iam fazendo ao Japão naquele imenso território asiático e do Oceano Pacífico.
Não deixa de ser irónico que Portugal tenha sofrido enormes pressões pelos EUA na década de 60 para acabarmos com o nosso "império" ultramarino, conquistado muito séculos antes, para em menos de 40 anos os EUA tornarem-se o país que mais nações "conquistou economicamente" pela força da guerra. Assim se vê quem é verdadeiramente imperialista. Sabemos que os EUA invadem países para salvaguardarem os seus interesses, nomeadamente o acesso a petróleo, mas caramba, Portugal também tinha interesses nas suas possessões ultramarinas.
A história acaba por revelar as verdadeiras intenções dos povos e das nações, e se forem ver a história recente de Portugal, muitos dos políticos da nossa liberdade do 25 de Abril apoiaram-se nos EUA e noutros países "anti-impérios" para forçarem o regime ditatorial do Estado Novo a abdicar do império secular português. Hummm.....
Tiago Mestre
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