Perante tantas declarações públicas, tanto dos políticos gregos, como de Bruxelas e outros que tais, era de esperar que o acordo sobre a bancarrota grega ficasse fechado.. ontem. Mas não, mais uma vez muita areia foi atirada para os olhos do povo e afinal o acordo... nem vê-lo. Acreditamos que mais cedo ou mais tarde ele será atingido, nem que seja à força, mas esta é mais uma falcatrua do marketing político.
Pelos vistos, a União Europeia quer que as novas obrigações gregas a 30 anos, que substituírão as actuais de maturidades mais curtas (esta é uma forma suave de declarar bancarrota), sejam emitidas com uma taxa de juro inferior a 4%!! Oops, não estamos bem a ver quem é que aceita tal condição. Nos Estados Unidos, onde o mercado de obrigações possui muita adesão e liquidez, as obrigações a 30 anos americanas rondam pouco abaixo dos 4%, ou seja, a elite europeia acha que consegue "vender" obrigações de um país falido, sem liquidez obrigacionista e sem poder imprimir notas, nas mesmas ou ainda melhores condições do que os Estados Unidos, com todo o seu arsenal financeiro de impressão de dólares, comprar activos "tóxicos", etc, etc.
Pedir não custa, enfim..
E já agora, portugueses e portuguesas, preparem-se porque depois da bancarrota grega, os radares apontarão para Portugal. Tais desconfianças manterão Portugal fora dos mercados, obrigando a nossa muy valente nação a pedir novo resgate à União Europeia, e certamente com a promessa de bancarrota pelo meio, tal como se exigiu à Grécia há 6 meses.
A grande conclusão que tiramos disto é que a bancarrota de Portugal irá ocorrer, quer queiramos quer não, e se é para acontecer, então que seja JÁ, enquanto a dívida pública ainda não ultrapassa os 180 mil milhões. Se for daqui a ano, já ultrapassará os 200 mil milhões e assim sucessivamente.
Tiago Mestre
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