9 de janeiro de 2012

Itália - A primeira cleptocracia oficial da Europa. Quem se segue?

Caros leitores e leitoras, apesar de hoje parecer fazer sentido a ideia da conspiração de que Mario Draghi, presidente do BCE, "deixou cair" Berlusconi e o seu governo ao não adquirir dívida italiana ali pelos inícios de Novembro, o que é verdade é que tal "conspiração" não resultou da maneira que os tecnocratas do BCE e plutocratas da UE idealizaram, a saber:
As obrigações a 10 anos da dívida italiana andam pelos 7%; juro completamente insustentável para um país que cresce 0% ao ano.

Apesar deste falhanço político, o caminho político na Europa ficou muito bem definido:
A plutocracia europeia (BCE, Sarkozy, Merkel) conseguiu pela primeira vez mandar abaixo um líder (Berlusconi) democraticamente eleito, só porque o senhor não aplicava as reformas que se sugeriam. Todo o processo da "queda" programada de Berlusconi tem um só adjectivo: nojento.

De seguida esperavam-se naturalmente... eleições democráticas. Mas não, tal extravagância está reservada para países de outro gabarito. Em Itália arranjou-se um tecnocrata, Monti, que não discutimos o seu mérito técnico, e sem sufrágio, sem consulta, sem NADA que se relacione com o regime democrático, lá foi para o poder.

Oxalá que os investidores percebam a farsa por detrás destas pequenas tiranias europeias e repudiem esta malta.. Para já não foram na conversa, e quem estará a provar do seu veneno serão os próprios Mario Monti e Merkozy, a quem a estratégia saiu furada já que após aquisições massivas da dívida italiana, emissão de créditos tipo LTRO e outros mecanismos que tais nas últimas semanas, a dívida a 10 anos da Itália não sai dos 7%.

Parabéns Mario Draghi pelo facto de teres ajudado a Itália a tornar-se um país escravo do BCE, mas  tornaste-a também uma cleptocracia gerida pela plutocracia europeia. Estragar um país duas vezes não é para todos, só mesmo para alguém com o currículo de Draghi, nomeadamente os anos que passou na banca de investimento mais cleptocrática do planeta.

2012 será diferente de 2011... mas apenas para pior.

Tiago Mestre

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