Esta informação pode ser uma banalidade, mas não deixo de ficar surpreendido com o facto de num programa da RTP Informação: "Ordem do Dia", que vai para o ar às Quintas feiras à noite, tem a honra de contar com 2 eurodeputados a comentar o painel:
Paulo Rangel
Ana Gomes
e num pequeno desabafo, Paulo Rangel confidenciou que não acompanhou uma polémica qualquer hoje de tarde porque... "passou a tarde a voar".
Como?
A malta do parlamento europeu, a meio da manhã de quinta feira, já está a fazer as malas. E não é nesta ou naquela semana, porque para Paulo Rangel estar na RTP Informação TODAS as quintas à noite, é porque a coisa funciona mesmo assim.
Tiago Mestre
8 comentários:
Referindo-me ao post em si, também já tinha reparado que os nossos eurodeputados passam muito tempo cá a ganhar dinheiros extra...
Tiago desculpa lá introduzir esta conversa aqui, mas não sendo eu um economista, continuo a fazer umas confusões que gostava que vocês me esclarecessem e resumissem da melhor maneira.
Qual a diferença entre escola Austriaca e escola de Chicago?
E a diferença entre a economia clássica e a neoclássica?
Só sei diferenciar estas 4 em relação ao keynesianismo.
E mesmo as três escolas (austriaca, chicago, keynesiana), em qual dos ramos (classica e neoclassica) se inserem cada uma delas?
Após aprender alguma coisa com vocês e ler alguns livros e estudar superficialmente, continuo a fazer algumas confusões.
Sei falar de todas elas mas acabo por confundir alguns pontos entre elas. Constato que há pontos onde elas todas convergem e depois não as consigo separar.
Podem diferenciar os 5 conceitos, se puderem?
Obrigado
Vazelios,
Podes encontrar no link abaixo um bom artigo sobre as diferencas entre os Austriacos e os Chicagos. Espero que ajude.
http://mises.org/daily/5390/The-Chicago-School-versus-the-Austrian-School
Chicago: Milton Friedman e amigos, certamente inspirados em Hayek e Mises. Estado pouco presente, apenas atua cirurgicamente para corrigir os ciclos de recessão.
Austriaca: Hayek e Mises
Neoclássica: Keynesianismo, intervencionismo, dívida e consumo como motores do crescimento?
Clássica: Tudo o que não é keynesianismo?
Não tenho esses conceitos firmes. Faltam-me as disciplinas de história económica !!
Tiago não podias estar mais equivocado, a escola de Chicago foi influenciada por John Bates Clark e este era fortemente contra a posição anti subjectivista na área da teoria de capital e da taxa de juro.
Sendo que ainda hoje é a base da teoria neoclássica monetarista.
Como dizia Hayek, os neoclássicos estão embuidos do chamado "scientism", isto é pensam que se pode estudar a economia como nas ciencias naturais, principalmente a fisica.
Existiu um debate forte entre Clark e Bohm-Bawerk sobre conceito de capital.
Frank Knight fundador da escola de Chicago, aderiu ao "conceito mitológico" de capital, sendo este um fundo homogéneo que se replica a ele próprio. Ignorando completamente a teoria de Bohm-Bawerk de que o processo de produção dá se por fases e elimina completamente o papel do empreendedor.
Os austríacos vêm a teoria do equilibrio geral e parcial como uma ferramente de analise, com muitas falhas mas de alguma utilidade para ajudar a explicar alguns fenómenos, mas o seu objecto de estudo é a Acção Humana. Enquanto que os da escola de Chicago vêm como o objectivo o atingir do equilibrio. O seu objecto de estudo é como chegar ao equilibrio geral ou parcial
Por isso aderem à teoria de concorrência perfeita. E ignoram o empreendedor.
Para estes a informação é completa, por exemplo os custos são dados, enquanto que na escola austríaca a informação é algo que o empreendedor vai descobrindo À medida que vai actuando,
As diferenças são enormes.
Além da objecção dos austríacos À teoria quantitativa da moeda proposta por esta escola.
"presta atenção a apenas aos efeitos de alterações na quantidade de moeda no nível geral dos preços e não nos efeitos na estrutura relativa dos preços"(Hayek 1978, tradução da minha autoria)
Por exemplo, os austríacos acreditam no padrão ouro, Friedman era favoravel ao sistema Fiat, bem como ao modelo de banco central e que a autoridade monetária devia aumentar a base monetária sempre em torno do 3%.
Friedman favorável aos cambios flexíveis, escola austríaca completamente contra
Ambas as escolas pregam a não intervenção estatal na economia (como descrevo acima, Friedman achava que manipulação é que é bom).
O artigo que o Fernando postou também é muito bom, a ideia a reter é que os Austríacos procuram estudar o ser humano como este de facto é, e não com modelos de pressupostos de como os seres humanos deveriam ser
Sempre que leio o pessoal escrever sobre a escola austríaca, e do espaço e dimensões que dá à liberdade do ser humano, sinto-me como se estivesse a descobrir uma teoria que é algo de natural em mim.
É espetacular quando se descobre que já houve alguém que estudou e estruturou aquilo que nós pensamos como sendo natural em nós. É tipo uma revelação.
A posição das quatro principais escolas de pensamento económico a respeito de 17 questões económicas fundamentais:
http://vivendi-pt.blogspot.com/2012/10/a-posicao-das-quatro-principais-escolas.html
Sinto o mesmo que tu, há medida que vou lendo mais, cada vez se mais me identifico.
Em vez de modelos loucos de formalização matemática com pressupostos irreais, estudo da verdadeira forma como o ser humano pensa e interpreta o mundo.
Mas como li num artigo no mises.com a Academia não gosta da teoria austríaca, é que nesta teoria o economista não é engenheiro social, mas antes um ajudante do empreendedor, ajudando o a antecipar, prever e perceber a realidade da acção humana.
Nesta teoria é preciso perceber de história, de justiça, de economia, de psicologia, sociologia.
Cada vez mais penso que 99% da população é socialista (na concepção hayekiana)
Obrigado a todos pela ajuda!
Este fim de semana tive mais uma tentativa desastrosa de mudar a mentalidade de muita gente, mas todos se referem às politicas de crescimento.
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