Foi também hoje notícia de que Portugal conseguiu trocar dívida que iria maturar algures ou este ano ou no próximo - não sabemos precisar - por dívida nova que vencerá lá mais para a frente (Outubro de 2015)
Para os leitores do Contas não será estranho constatar este fenómeno:
Sabemos o que Draghi andou a prometer.
Sabemos qual é a dificuldade dos bancos portugueses em obter lucro nos seus investimentos, tendo que recorrer a investimentos mais arriscados.
Sabemos tudo isso e sabemos também que foi isso que alterou a percepção de risco por parte dos investidores. Numa breve análise às contas nacionais e aos esforços do governo, percebe-se que quase tudo está por fazer e que a situação piora dia após dia.
Ganhar 5% em 2 anos? Onde é que se encontram investimentos por aí minimamente seguros que garantam esta yield? Não se encontram.
Tiago Mestre
3 comentários:
As OT trocadas faziam parte das primeiras a vencer fora do período de resgate. Setembro de 2013.
No dia 3 de outubro de 2012, pelas 10:30 horas, o IGCP, E.P.E. realizou uma oferta de troca nas seguintes Obrigações do Tesouro:
• IGCP, E.P.E. aceitou EUR 3 757 milhões da OT 5,45 setembro 2013
• IGCP, E.P.E. entregou EUR 3 757 milhões da OT 3,35 outubro 2015
IGCP, 3 de outubro de 2012
Uma ajuda para reduzir despesa no próximo ano.
Obrigatoriamente, no próximo ano seriam trocadas por OT novas.
Os mercados estiveram dispostos a pedir menos no próximo ano e aceitaram 3,35 para OT de 2 anos (2013 a 2015). Se diluirmos o que os credores perdem com ela no próximo ano, em dois anos, 2,1/2=1,05 diria que os credores deram uma taxa de OT a dois anos de 2,30 para Setembro de 2012.
Caro anónimo, obrigado pelo cabal esclarecimento.
Se esta é uma ajuda para a despesa em 2013, certamente que será uma "desajuda" para 2015, ou no ano em que o governo decida que elas devam maturar.
Adiou-se o dia D lá mais para a frente
Olá Tiago,
não tenho dúvidas que seja uma desajuda para 2014 e 2015.
Mas no cenário que temos em cima da mesa e durante algum tempo, todas as OTs vão ser substituídas por outras.
Sendo assim, tendo em conta a enorme dívida que temos era algo que iria sempre acontecer.
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