15 de outubro de 2012

Análise às Contas da (IN) Segurança Social 2013 vs 2012

(Milhões €)                                                 2012                              2013

RECEITAS                                                    
Impostos indiretos                                        948                                     0
Contribuições                                          13 774                            13 202
Transferências Correntes                           8 181                            11 002
    Transferência do OE                             6 658                              9 043
Total Receitas Correntes                    23 510                            24 723
Total Receitas Capital                         12 888                            12 379
Total Receitas SS                                37 341                            38 461  

DESPESAS
Prestações Sociais                                 20 878                           23 095
Capitalização                                         13 388                           12 103
Políticas Ativas Emprego                            532                                504
Formação Profissional                             1 872                             2 249
Administração                                            356 !                              321 !
Total Despesa                                    37 029                            38 274

Infelizmente não é possível saber qual o valor despendido em reformas, subsídios de desemprego e RSI, mas o que sabemos é que as prestações sociais sobem 2,2 mil milhões de euros de um ano para o outro.

As contribuições descem de 13,7 para 13,2 e a despesa sobe de 20,8 para 23.
É um trajeto totalmente insustentável: as receitas descem e as despesas sobem.

E onde é que se vai buscar a diferença?
Às receitas do Estado, ou seja, aos impostos.
Se em 2012 se foram buscar 6,6 + 0,94 mil milhões aos nossos impostos, em 2013 o valor será de 9 mil milhões de euros !!

Gastar mais de 300 milhões de euros na administração da SS são muitos tachos que se distribuem a muita gente. São tudo cargos poíticos. Não muda uma vírgula, mas irrita...

Tiago Mestre

6 comentários:

Vivendi disse...

E o efeito das transferências das pensões da PT, Bancos começam a fazer-se sentir cada vez mais.

Anónimo disse...

Tiago, o teu comentário quanto à Administração da SS parece-me ligeiramente exagerado.

Afirmo isto supondo que por Administração se entende pagamento de salários dos milhares de funcionários e compras de bens e serviços essenciais ao funcionamento.

Tiago Mestre disse...

Meu caro anónimo, tenho que te dar razão:

Despesas com o pessoal 261.680.933,00
Aquisição de bens e serviços 90.234.202,00
Juros e outros encargos 7.656.888,00

Pela dimensão deste organismo, não me chocava que a Administração e orgãos superiores consumissem 300 milhões ao ano, e nestes a nomeação é política.
As chefias em qualquer IEFP e SS são de nomeação política, e por aí fora.

Mas fui ao mapa XII e realmente os 300 milhões são distribuídos por outras rúbricas, apesar de que a designação "Administração" é mais do que tendenciosa.

Fica o reparo

Anónimo disse...

Sem dúvida que a SS paga muitos favores, mas não será a entidade do estado de onde foge mais dinheiro por favores.
Ao menos estes pagam-se com "trabalho".
Certamente dentro da própria fugirão mais por prestações indevidas.

Filipe Silva disse...

Porque não acabar com a SS concentrar tudo nas finanças e poupar estes gastos?

O sistema não é de capitalização, logo é indiferente quem controla o guito.

Como já salientas te o estado já faz transferências do ORçamento para colmatar as faltas na SS.

Pedro Miguel disse...

O cenário de acabar com a Segurança Social é muito bonito, mas nenhum governo em Portugal o conseguiria fazer passar.

Se fosse possível passar algo como essa alteração tão profunda na SS, então estas discussões nem fariam muito sentido.

Em Portugal há bloqueios em praticamente tudo! Nas ruas vemos um aglomerado de bloqueios em que na sua maioria discordam uns dos outros.

O problema do país, mais do que estar no governo, começa na Constituição e passa por umas minorias parlamentares que controlam quase todas as classes falantes do país, desde artistas a jornalistas e ainda são fortes em áreas como controlo de transportes, portos, educação.

Se eles estalam os dedos, 15% dos votos fazem mais barulho do que aquilo que representam.