17 de dezembro de 2011

Aguardamos pela classe política para decidir se compramos... ou se vendemos ainda mais acções (Parte2)

Caros leitores e leitoras, de forma bastante subtil e sem grande alarido, o banco central europeu voltou novamente a dar condições bastante favoráveis aos bancos para estes se endividarem junto do BCE e adquirirem obrigações dos países europeus com dívidas problemáticas. Esta operação foi muito pouco noticiada mas parece-nos cada vez mais que o BCE está a alinhar pelo jogo da Reserva Federal norte-americana.

Assim sendo, há condições para que os investidores voltem a investir em obrigações europeias, não que elas prestem para alguma coisa, mas porque sabem que o BCE estará sempre vigilante, tipo "cão de guarda", a ver se as coisas correm como querem e dispostos a fazer tudo para corrigir quaisquer desvios, nomeadamente a queda do preço das obrigações.

Este é um forte sinal, talvez dos mais fortes nos últimos tempos, de que o BCE se posiciona cada vez mais como o comprador de último recurso. Ontem ocorreu uma grande descida nas taxas de juro das dívidas problemáticas, ou seja, os bancos compraram essas dívidas em força e poucas notícias correram sobre esta operação.

Aqui no Contas estamos cada vez mais convencidos de que a inflação na moeda euro será uma realidade. Os políticos estão a sofrer grandes pressões (de outros políticos e de toda a gente) para que se imprimam euros, custe o que custar, desde que se salve o dia de amanhã.

Este tipo de inflação terá a sua origem sobretudo na subida dos preços de matérias primas, metais, energia, alguns alimentos, mas não será amplificado pela subida de salários, devido ao clima depressivo que se vive. Portanto, presumimos que a inflação que aí vem não terá para já valores muito elevados, mas o que conta para cada um de nós é o nosso poder de compra (o que ganhamos menos o que gastamos), e como já ganhamos menos agora do que há alguns anos atrás, basta os preços subiram um pouco para fazer logo uma grande diferença.

Tiago Mestre

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