16 de outubro de 2012
Disparate nº7 atribuído a: Marcelo Rebelo de Sousa
É mais um disparate de um ilustre opinion maker da nossa praça e que, como outros, também já teve responsabilidades políticas.
Fica a sensação de que Gaspar é masoquista, que gosta de chatear os portugueses, e que só não fez diferente porque não quis.
Todos temos acompanhado as aventuras e desventuras da formação deste OE2013:
Foram as previsões da receita em 2012 que saíram furadas.
O Chumbo do TC acerca do corte nos subsídios
O recuo das medidas da TSU
O aumento de impostos
A tentativa à última da hora em querer baixar despesa
Mas Marcelo não se ficou por aqui:
"Impôs-se a vontade do ministro das Finanças. Sendo o Orçamento que ele quis, corresponde à convicção que ele tem de que esta é a receita adequada para salvar o país, sendo uma receita mais forte, muito mais brutal que em 2012", considerou.
Temos contabilizado os disparates que aparecem na comunicação social proferidos pelos ilustres portugueses que, nesta hora tão sensível, deveriam estar a fazer a apologia da matemática e a ajudar a preparar os portugueses para ultrapassar esta fase de transição.
Mas não, o que gostam mesmo é de serem mesquinhos, incoerentes e maldizentes.
É muito feio e revela a incapacidade desta democracia em trazer ao poder gente honesta e culta.
Este é o disparate nº7 já registado aqui no Contas.
Continuaremos a dar fé destas intervenções que só servem para atiçar ainda mais uns contra os outros.
Tiago Mestre
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
7 comentários:
E eles são privilegiados como poucos. E tiveram o momento deles para provaram o que valiam. O momento da borrada.
Sobre o orçamento o principal aqui é que a despesa do estado torna a subir.
Como é sabido prefiro o lado do corte:
Reduzir páginas da constituição
Arrancar com orçamento de base 0
Cortar 100 mil funcionários públicos (a alternativa de Gaspar ao corte dos subsídios)
Ficar apenas com a RTP2
Acabar com apoio a fundações
Cortar o número de autarquias
Cortar o número de deputados (eu gosto quando o exemplo vem de cima)
Cada preso em Portugal custa 1200 € por mês (ajustar este e todos os outros rácios da coisa pública para 800 € » a verdadeira equidade)
Privatizar mais rapidamente as empresas públicas
Privatizar centros de saúde (vale saúde)
Privatizar escolas (vale escola)
Renegociar as PPPs
Cortar 20% em toda a despesa ligada a consumos
Perseguir os corruptos e confiscar as suas contas bancárias
Declarar a falências das empresas públicas que estão em falência técnica (como os transportes) numa Sexta-feira e no Sábado novas empresas iriam contratar novamente os trabalhadores no número necessário e em novo regime de contrato.
Medidas de futuro
Pedir a reestruturação da dívida com o cumprimento do memorando
Seguir o modelo de pensões da Suíça (uma medida para o futuro)
Potenciais aspetos positivos deste orçamento:
consumo desce
poupança aumenta
equilibra mais rápido a balança de pagamentos
a inflação desce
diminuição do custo de vida
Salários + baixos
Concordo na generalidade com as propostas do Vivendi, mas muitas não serão possíveis no nosso Portugal, infelizmente.
Mas a seguir as propostas, esta nem seria necessária:
"Pedir a reestruturação da dívida com o cumprimento do memorando"
A dívida iria desaparecer muito facilmente apenas pelo ajustamento.
Parte dos comentários do Marcelo e de outros PSD podem ter a ver com as guerras internas ao partido.
Mas a outra parte tem algo a ver com a dificuldade de mudar de perspectiva a partir do momento em que estamos comprometidos com uma ideologia, com uma visão de mundo simplificada.
Para muitos dos nossos comentadores, políticos, etc., há uma real dificuldade em perceber que nem tudo se resolve com mais política, sem que haja uma preocupação que é a realidade das coisas que limita as escolhas políticas, não ao contrário.
Para além do mais, o paradigma económico assenta do dogma que o crescimento, qualquer tipo de crescimento, é bom. E isso, infelizmente, tem os dias contados...
O cavalo do cigano também deixou de comer palha, e morreu.
Não é possível cobrar impostos aonde não há riqueza.
O Tiago disse: "É muito feio e revela a incapacidade desta democracia em trazer ao poder gente honesta e culta."
Porque sera que a maioria continua a assumir e a acreditar que a democracia poderia trazer ao poder gente honesta e culta e, por alguma razao que toda a gente desconhece, isso nunca acontece.
Na minha modesta opiniao, o busilis da questao nao esta no modo como se obtem o poder (democracia, ditadura, governo de salvacao nacional, o que quer que isso seja), mas sim no PODER.
Qualquer individuo honesto e culto NUNCA DESEJARA mandar nos destinos dos seus semelhantes porque tal e' sempre injusto e imoral.
Por essa razao, quem e' atraido para o poder e' sempre o piorzinho dos individuos, o que se fascina com a ideia do poder, da "importancia" que vai passar a ter e nos milhentos que vao passar a gravitar a sua volta.
Esperar que a democracia traga ao poder gente honesta e culta e' uma completa ilusao.
Cumprimentos.
O Fernando Ferreira toca num ponto que me parece bastante interessante - o perfil psicológico do português (e falo do português porque me parece que nos países do centro e do norte da Europa tal não se verifica).
Desde que me lembro, só creio que existiu alguém minimamente honesto, íntegro e culto num cargo de poder durante esta infantil democracia, e essa pessoa foi rapidamente afastada (leia-se assassinada).
Cada vez acho mais que a democracia no nosso país só produz maçãs podres. O me leva a concluir que talvez o modelo político que Portugal adoptou não seja o mais conveniente para a nossa cultura.
Parece-me um tema demasiado complexo para ser abordado de uma forma tão simplista como esta, mas acho que seria uma vertente interessante a analisar profundamente.
Infelizmente, não me parece que o status quo o queria. O me leva a querer que a história se irá irremediavelmente repetir.
Enviar um comentário